Cabral diz que vaias para Lula foram uma 'armadilha'

Ao chegar ao Rio para aberturas dos jogos do PAN, presidente foi recebido com vaias

Por Alexandre Rodrigues
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O governador do Rio, Sérgio Cabral Filho, atribuiu nesta segunda-feira, 16, a uma armadilha a vaia ouvida pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva na abertura dos Jogos pan-americanos no Maracanã, na última sexta-feira.   Sem citar o prefeito César Maia, ou identificar quem seriam os autores responsáveis pelo constrangimento, o governador afirmou que o presidente voltará ao Rio na próxima sexta, num sinal de que não ficou indisposto com o Estado.   "Armadilhas montadas não vão superar o amor do Rio ao presidente Lula", discursou Cabral numa cerimônia em uma escola pública. O governador disse ter ficado surpreso com a vaia, já que o presidente havia sido muito aplaudido e assediado na visita à Vila Pan_Americana e no caminho até o Maracanã naquele mesmo dia. Para o governado a vaia veio de um setor específico do Maracanã que acabou contaminando os outros espectadores, daí a sua suspeita.   Lula foi vaiado ao menos cinco vezes quando seu nome foi anunciado. Na cerimônia, um microfone havia sido preparado para o presidente declarar os jogos abertos - mas a idéia acabou abandonada, sem mais explicações.   Segundo um assessor de Lula, ele teria classificado a manifestação como "molecagem", e , muito irritado, teria dito: "Eu não tenho medo de vaia."   O presidente estava acompanhado de da primeira-dama, Marisa Letícia.   Oposição   A oposição comemorou as vaias. "É bom para ele não se achar dono da opinião pública e saber que há súditos que vaiam", comentou no domingo o senador Arthur Virgílio (AM), líder do PSDB.   "Essa ação no Maracanã foi fruto de irreverência, um gesto de meninada que quer fazer barulho", rebateu o senador Romero Jucá (RR), líder do governo. Ele lembrou que o escritor Nelson Rodrigues dizia que no Maracanã as pessoas vaiam até minuto de silêncio.   Os oposicionistas entenderam que a vaia no Maracanã adveio de um conjunto de pessoas que não formamno público que aprova o presidente. "Ficou claro que uma parcela da população o rejeita", disse ACM Neto.     Lula confessa ter ficado triste com vaias na abertura do Pan Lula fala sobre vaia no Maracanã

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