
19 de junho de 2017 | 21h54
RIO - O ex-governador do Rio Sérgio Cabral desistiu de pedir um novo depoimento do atual governador, Luiz Fernando Pezão (PMDB), em sua defesa. Pezão iria à audiência do processo relativo à Operação Mascate, desdobramento da Calicute, na próxima quarta-feira, 21.
Em documento entregue nesta segunda-feira, 19, por seus advogados, Cabral solicita que seja compartilhado o depoimento de Pezão na Operação Calicute, que o levou à prisão em novembro do ano passado. O juiz Marcelo Bretas, da 7.ª Vara Federal Criminal do Rio, aceitou o pedido.
A operação Mascate foi deflagrada em fevereiro de 2017. O ex-governador, o ex-assessor da Casa Civil do Governo do Rio de Janeiro Ary Filho e Carlos Miranda, apontado como um dos operadores financeiros do esquema, foram denunciados pelo crime de lavagem de dinheiro. Ary Filho também foi denunciado por integrar organização criminosa.
Segundo a denúncia, os três usaram formas distintas para promover a lavagem de ativos em 148 oportunidades. Os crimes foram descobertos a partir de uma delação premiada. Foram apresentadas provas de movimentações de R$ 10 milhões feitas entre 30 de agosto de 2007 e 28 de setembro de 2015.
Em depoimento em abril sobre a Calicute, Pezão negou a cobrança de valores indevidos por Cabral nas obras do Estado à época em que era secretário. Perguntado se alguma vez Cabral mencionou ou se ele testemunhou a cobrança de valores indevidos em relação a obras citadas nas investigações, como o Arco Metropolitano e o PAC das Favelas, ele disse: "Nunca".
Também negou ter tido conhecimento de que Cabral teria interferido na escolha de alguma empresa vencedora de licitação. "Nunca", reafirmou. Pezão foi secretário de Obras do governo Cabral de 2007 a 2010 e também foi vice-governador.
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