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Cabral defende presença 'imediata' da força-tarefa no Rio

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Por Ricardo Leopoldo
Atualização:

O governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral (PMDB), afirmou hoje que é favorável à presença "imediata" da Força Nacional de Segurança (FNS) para reforçar a segurança do processo eleitoral no Estado. "A Força Nacional de Segurança deveria vir imediatamente e ficar, inclusive depois das eleições", afirmou. "É muito grave ter candidatos que não conseguem entrar em áreas ou candidatos beneficiados por estruturas paralelas. Mais grave ainda são os jornalistas não podendo realizar o seu trabalho." Cabral reiterou a importância de garantir a segurança nas eleições nos 92 municípios do Rio. "Acredito que na questão de segurança pública temos que somar força com o governo federal e com outros Estados. Vamos garantir um processo limpo e democrático aos candidatos, com o direito de ir e vir. Se o TRE (Tribunal Regional Eleitoral) desejar que eu assine com o presidente (do tribunal) a solicitação (para a presença da FNS), eu assino com o maior prazer", disse. "Quem dera que a Força Nacional ficasse o tempo inteiro." Contudo, o governador afirmou que a decisão de pedir a ação de uma força-tarefa, com o auxílio do governo federal, é uma competência do TRE do Estado, presidido pelo desembargador Roberto Wider. "Ontem eu conversei com o presidente do TRE (e disse que) como estamos num processo eleitoral, com regras especiais, acredito que a maior autoridade neste sentido é o tribunal. Ele agradeceu. Eu acho que é ele quem deve comandar esta demanda", disse Cabral, após evento na Câmara Americana de Comércio (Amcham). Ele afirmou que o presidente do TRE do Rio vai se reunir hoje com o secretário de Segurança Pública do Estado, o comandante-geral da Polícia Militar (PM) e o chefe da Polícia Civil, para fazer uma avaliação sobre as condições de segurança no Estado nas eleições municipais. "Se for necessário pedir esse reforço, da minha parte não há nenhum problema. Pelo contrário, acho ótimo", disse. "Mas por que eu não estou pedindo? Eu estou dizendo ao TRE que avalie. A Democracia dá trabalho, mas tem que ser respeitada. O TRE é a instituição que merece ter a condução do processo e não o governo do Estado." ''Feições brutas'' Sérgio Cabral disse que a questão da segurança pública no Estado tem "feições muito brutas". "Temos parlamentares e policiais presos, há o tráfico de drogas, um alto grau de armamento em comunidades. Não existe poder paralelo, seja ele fora ou dentro da eleição dizendo o que fazer ou não fazer ao jornalista, ao eleitor, ao candidato. Este não é o ambiente democrático, civilizatório. Então, eu acho muito bom reforçar a política de segurança com a vinda de agentes federais. Em última análise, estamos brigando pela garantia do regime democrático." No seu entender, não é nenhum demérito solicitar ao governo federal a ajuda do contingente da Força Nacional de Segurança, que chegou a ter 6 mil homens atuando durante os jogos Pan-Americanos no Rio. "Não tem nenhuma diminuição na qualidade da nossa ação, pelo contrário, o enfrentamento da violência tem que se dar em todas as frentes, inclusive no combate à criminalidade que ocupou algumas áreas do Rio para vender drogas e estabelecer regras próprias. No caso da milícia, são cobradas taxas de serviços ao cidadão, isso é intolerável", afirmou. "A estrutura da segurança pública no Rio foi muito desgastada e desprestigiada por muitos anos. Houve politização na área da segurança", disse Cabral. "Hoje, há o critério de meritocracia, performance, de combate à má conduta dos policiais", afirmou ele, sobre as ações de seu governo na área.

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