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Cabeludinho, de motoboy à indumentária dourada

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Por Redação
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Quando homens descobriram ouro na selva, o motoboy Joel de Souza, o Cabeludinho, de 24 anos, começou a transportar garimpeiros pela trilha que ligava Itaituba até um ponto do Rio Tapajós, primeira etapa do caminho até a nova mina. Sem experiência na garimpagem, decidiu ir além. "Gostei do movimento do pessoal. Fiz um barraquinho, contratei três homens e na primeira moída tirei um quilo e meio de ouro", conta. Repassou 55% do ouro para os "porcentistas", que cavam a terra, e o dono do moinho. Teve um lucro líquido de R$ 10 mil. Foi o suficiente para ganhar influência no Bom Jesus. Cabeludinho também acrescentou ao visual marcas dos antigos chefões de garimpo da Amazônia: um relógio, três colares e um anel dourados. "Agora, quero ter mais direito ao ouro", avisa. Aroldo Ribeiro Galvão, o Paketo, de 49 anos, diz estar cansado de percorrer garimpos. É um típico "blefado", garimpeiro que não achou ouro. Paketo esteve nas mais importantes "fofocas" do Tapajós nos últimos anos. Sem forças para abrir buracos, decidiu se aliar a Cabeludinho. É uma espécie de assessor e segurança. Paketo só não é duro com os homens do governo. "Põe aí no caderninho: a Sucam é eficiente. Só não traz remédio. O problema aqui não é malária, é uma bactéria que entra nos rins e sai embaixo, dando uma tremedeira."

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