Brizola volta a defender aliança das esquerdas

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Por Agencia Estado
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Depois de duas horas de conversa com o governador de Minas Gerais (PMDB), o presidente nacional do PDT, Leonel Brizola, reafirmou que a oposição perderá as eleições presidenciais se não se unir já no primeiro turno. O ex-governador do Rio disse que será preciso convencer o PT, que está "em uma posição individual". "Queremos formar uma aliança vitoriosa que amanhã venha a convencer o Lula e o PT de que precisa se unir conosco. Do contrário, vamos ver um filme que já vimos", disse Brizola, referindo-se a Luiz Inácio Lula da Silva e às derrotas da esquerda em campanhas passadas. Apesar da pregação pela unidade, Brizola fez muitas críticas ao governador Anthony Garotinho (PSB). Para o pedetista, Garotinho aderiu "à direita" e pratica um tipo de religião evangélica "mercantilista". Itamar Franco encontra-se amanhã, também no Rio, com outro pré-candidato à Presidência da República, Ciro Gomes (PPS). Brizola defende uma aliança dos partidos de esquerda em torno da candidatura de Itamar Franco. Na prática, significa que todos os outros pré-candidatos abririam mão de seus projetos para 2002. Brizola evitou, porém, defender diretamente o nome de Itamar. "Vocês sabem que sou considerado um caudilho, mas não tanto assim, não é verdade? O processo vai nos levar (ao nome do candidato)", declarou. Brizola disse que não fará um convite formal para Itamar ingressar no PDT, embora o governador mineiro seja "muito bem recebido" no partido. "Um convite soaria como uma tentativa aliciamento e ele (Itamar) não é um homem aliciável", afirmou. No encontro, Itamar e Brizola criticaram muito o que consideram interferência do presidente Fernando Henrique Cardoso no processo sucessório, especialmente no PMDB, que está dividido entre governistas e oposicionistas. "O presidente está violando as regras democráticas, não pode intervir na vida interna dos partidos. Com cargos, verbas, um jogo escandaloso de influência, está dividindo o PMDB", disse Brizola.

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