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Brizola quer ?eleição plebiscitária? em 2002

Por Agencia Estado
Atualização:

O presidente do PDT, Leonel Brizola, defendeu mais uma vez a unidade dos partidos de oposição para a disputa da eleição presidencial de 2002. Ele considera que essa aliança poderia definir a sucessão já no primeiro turno, dando a ela um caráter "plebiscitário". "O povo brasileiro iria decidir: ou vai com Malan e Fernando Henrique ou vai conosco", sustentou. O primeiro passo para a formação dessa unidade, segundo Brizola, seria firmar uma aliança entre o governador de Minas Gerais, Itamar Franco (PMDB), e o ex-governador do Ceará Ciro Gomes (PPS). Na avaliação do presidente do PDT, essa união teria força para atrair outras correntes partidárias no decorrer do processo sucessório, como "uma bola de neve". A grande dificuldade para a formação dessa aliança, segundo Brizola, tem sido a pressão do governo. "Estamos sentindo as pressões. Só não nos entrosamos ainda em função das pressões, da interferência vergonhosa e indevida do presidente da República", acusou, lembrando que a pressão de Washington Luís para indicar e eleger seu sucessor acabou resultando na Revolução de 1930. "Itamar é um caso típico, estão jogando pesado em cima dele", apontou Brizola, acrescentando que a sobrevivência política do governador mineiro tem sido "um milagre". Segundo um dirigente do PPS, o primeiro encontro entre Ciro e Itamar está sendo negociado por políticos ligados aos dois, mas está esbarrando nas reticências peculiares ao temperamento do governador de Minas. O presidente do PDT disse ainda - sem muita convicção - que acredita em uma reviravolta na disputa pelo comando do PMDB, o que poderia resultar na confirmação da candidatura de Itamar Franco para a sucessão presidencial. Mas considera que o partido precisará de "uma grande dose de coragem" para tomar essa decisão. "O PMDB está em uma encruzilhada difícil: se fica com o governo vai perder eleitores e candidatos que temem pela suja reeleição, e se ficar contra o governo vai perder os cargos", avaliou. Brizola disse ainda que considera possível o PT aderir a uma aliança costurada a partir da união entre Ciro e Itamar, abrindo mão da candidatura de Luiz Inácio Lula da Silva. Ele avalia que Lula não teria chances de vencer uma eleição de dois turnos, por causa dos preconceitos levantados contra ele, e qualifica a insistência do PT como uma atitude "egoísta". Brizola considera ainda que o PT está fazendo concessões demais em seu programa de governo, para ser aceito como alternativa de poder pelos setores que controlam o capital no país. "O PT está fazendo concessões pensando que vai convencer essas feras todas. Não vai. Temos que ter um programa confiável para o povo brasileiro", sustentou o presidente do PDT. Brizola disse ainda que o governador do Rio de Janeiro, Anthony Garotinho (PSB), também poderá aderir à aliança, mas terá que modificar seus métodos políticos. "Garotinho é um personagem complicado, mas não vamos excluir ninguém. Se quiser entrar na fila e pegar na enxada, tudo bem. Mas não com os métodos dele."

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