Brizola aponta novos nomes na arrecadação de campanha do PT

Por Agencia Estado
Atualização:

Em depoimento ao Ministério Público Estadual, o ex-diretor da Loteria do Estado do Rio Grande do Sul (Lotergs), José Vicente Brizola, citou nesta segunda-feira novos nomes de pessoas que teriam participado de negociações para a transferência de recursos de empresários de bingos e loterias para um esquema de caixa dois da campanha eleitoral do PT no Rio Grande do Sul, em 2002. O subprocurador-geral de Justiça, Mauro Renner, que está ouviu Brizola durante oito horas junto com dois promotores e de um procurador da República, disse que a investigação terá caráter reservado e que, por isso, a identidade dos envolvidos será preservada. Mas adiantou que todos os citados serão convidados a prestar esclarecimentos. No dia 22 de fevereiro, Brizola enviou um e-mail de solidariedade ao ex-assessor do ministro José Dirceu, Waldomiro Diniz, afirmando que foi ?compelido a achacar dinheiro de concessionários públicos em benefício do PT?. Depois, passou a dar entrevistas em que denunciou ter sido pressionado pelos arrecadadores de fundos para a campanha da então candidata a senadora Emília Fernandes a marcar reuniões com operadores de loterias e bingos do Rio Grande do Sul. Nas entrevistas, Brizola citou, além da ex-senadora, o filho dela, Carlos Fernandes, o tesoureiro da campanha, Claudio Milan, e os empresários Jaime Sirena, do Mega Bingo; Silvana de Luca, da loteria Toto Bola; João Carlos Cunha, do Bingo Roma; e Miguel Mucillo, dono de máquinas de videoloteria. E disse não ter sido procurado pelos outros dois candidatos da chapa majoritária, Tarso Genro, a governador, e Paulo Paim, a senador. Mas deu a entender que acredita que a arrecadação iria para todos os integrantes da chapa Reunida também nesta segunda-feira, a executiva estadual do PT reafirmou que não houve recebimento de recursos dos empresários citados por Brizola na campanha de 2002. Os petistas lembram que a arrecadação da chapa majoritária era centralizada por Luiz Alberto dos Santos Rodrigues, ex-secretário municipal da Administração de Porto Alegre, e não pelos nomes referidos por Brizola. O presidente do partido no Estado, David Stival, é favorável à investigação do caso pelo Ministério Público. ?É o órgão adequado para esclarecer tudo isso?, afirmou. A preferência do PT pelo Ministério Público tem explicação. O deputado estadual Marlon Santos (PFL) está recolhendo assinaturas para apresentar requerimento de abertura de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) na Assembléia Legislativa para investigar as denúncias de Brizola, um instrumento com poder de repercussão bem maior, especialmente em ano eleitoral. As bancadas do PMDB, PP, PTB e PDT avaliam a proposta, que já tem sete das 19 adesões necessárias, nesta terça-feira.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.