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Briga entre Tebet e deputados chega a impasse

Por Agencia Estado
Atualização:

Chegou a um impasse a crise aberta no Congresso depois que deputados ofenderam o presidente do Senado, Ramez Tebet (PMDB-MS), durante a sessão realizada na noite de terça-feira, durante a votação das emendas aos Plano Plurianual (PPA). O presidente da Câmara, Aécio Neves (PSDB-MG), disse, após encontro com Tebet, que foi importante o dirigente do Senado reconhecer que pode ter cometido um equívoco ao enviar para sanção presidencial as emendas ao PPA ? quando regimentalmente elas deveriam ser enviadas de volta à Comissão de Orçamento para a redação final. ?Se as emendas já tiverem sido encaminhadas ao presidente Fernando Henrique Cardoso, eu espero que o governo não sancione nada antes que se resolva o impasse?, prosseguiu o presidente da Câmara. A ida de Aécio ao gabinete de Tebet teve como objetivo desfazer a crise. No encontro, Aécio propôs que as emendas fossem remetidas novamente para a Comissão de Orçamento. Apesar de garantir que Tebet está aberto ao diálogo, o presidente da Câmara deixou a reunião afirmando que é preciso voltar a conversar com os líderes na Câmara para construir um acordo. A maior dificuldade é que nenhuma das partes parece estar disposta a ceder. O PPS deve entrar nesta sexta-feira com um mandado de segurança no Supremo Tribunal Federal (STF) contra o que considerou ?ato omissivo? de Tebet, ?em desrespeito à Constituição, ao regimento comum do Congresso e ao decoro parlamentar?. O deputado Vivaldo Barbosa (PDT-RJ) enviou requerimento na tarde desta quinta-feira ao primeiro vice-presidente da Câmara e vice-presidente do Congresso, Efraim Morais (PFl-PB), solicitando a criação de uma comissão especial, composta de deputados e senadores, para examinar se Tebet praticou crime de responsabilidade e abuso de autoridade na sessão do Congresso. Os líderes governistas apresentaram um requerimento na quarta-feira, pedindo abertura de processo por quebra de decoro parlamentar contra os parlamentares de oposição que, aos gritos, chamaram o presidente do Congresso de ?ladrão?, ?fujão? e até de ?Bin Laden?, após o encerramento da sessão de terça-feira. Mas o corregedor-geral da Câmara, Barbosa Neto (PMDB-GO) descartou a possibilidade de cassação ou suspensão de mandato. Ele disse que as imagens da TV Câmara durante a confusão estavam centradas na Mesa e não no plenário, o que dificulta a identificação dos autores das ofensas. Para Miro Teixeira, podem ter ocorrido, de fato, excessos dos parlamentares de oposição: ?Mas foram excessos em legítima defesa do regimento interno e da Constituição.?

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