Uma pesquisa da Associação Brasileira Multiprofissional de Proteção à Infância e à Adolescência (Abrapia) mostra que são os próprios brasileiros os principais responsáveis por quase todos os casos de exploração de crianças e adolescentes registrados no País. De 329 denúncias de exploração sexual (sem contar os casos de abuso) analisadas no ano passado pela entidade, somente 1,5% envolveu estrangeiros que desembarcaram no Brasil atrás do turismo sexual. Na investigação da prostituição infantil, constatou-se que 37,69% das crianças exploradas sexualmente são agredidas dentro da própria residência do aliciador. Em segundo lugar onde as crianças são mais exploradas sexualmente é por intermédio da Internet, com 8,81% dos casos. Bares e restaurantes estão em terceiro lugar, com 7,29% dos casos. Em seguida estão prostíbulos (5,47%) e boates (5,17%). Segundo a pesquisa, as crianças são exploradas até por intermédio de agências de modelos. A Abrapia é responsável pelo gerenciamento do Sistema Nacional de Combate à Exploração Sexual Infanto-Juvenil do Ministério da Justiça e recebe denúncias pelo telefone 0800-99-0500. O presidente da Abrapia, Lauro Monteiro Filho, que entregou os dados à Secretaria Nacional dos Direitos Humanos, do Ministério da Justiça, afirmou que o combate à exploração sexual no Brasil ainda não é prioridade dos órgãos de segurança. Monteiro Filho disse que não tem estatísticas precisas, mas garantiu que grande parte dos casos não são investigados.