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Brasileiro pode ser relator de DH da ONU

Por Agencia Estado
Atualização:

O diplomata brasileiro Frederico Meyer deverá ser eleito nesta segunda-feira pela Organização das Nações Unidas (ONU) para o posto de relator da Comissão de Direitos Humanos, que inicia sua reunião anual em Genebra. A sessão deste ano da Comissão está sendo uma das mais esperadas dos últimos anos, já que, pela primeira vez na história da ONU, não contará com a presença dos Estados Unidos. Washington foi excluído da sessão ao não ser eleito, no ano passado, para fazer parte da Comissão, como ocorria há quase 50 anos. Mesmo assim, a Casa Branca não deve ficar à margem da reunião. Nos corredores da ONU, diplomatas norte-americanos tentam convencer outros governos que fazem parte da Comissão a defenderem seus interesses, principalmente nos casos envolvendo Israel, Afeganistão, Iraque e Cuba. Frederico Meyer, que já serviu nas embaixadas do Brasil em Cuba, em Moscou e em Bagdá, terá a missão de preparar um relatório de todos os debates e decisões tomadas pela Comissão de Direitos Humanos nas próximas semanas. Meyer, atualmente na missão do Brasil junto às Nações Unidas, será o primeiro brasileiro a ocupar o posto, que tradicionalmente é alvo de pressão das grandes potências. Um dos principais temas da Comissão neste ano será a luta contra o terrorismo. Organizações não-governamentais prometem questionar a política norte-americana de combate ao terrorismo, especialmente no que se refere às violações aos direitos humanos daqueles que são suspeitos de participarem de grupos terroristas. Os europeus também não devem ficar fora do debate, já que muitos juristas alegam que a justificativa de combater o terrorismo está sendo utilizada pelos governos da região de forma indiscriminada contra manifestantes que não necessariamente são terroristas. Outro tema que deve fazer parte dos debates será o conflito entre israelenses e palestinos. Para especialistas, o governo de Israel comete violações aos direitos humanos contra o povo palestino, não apenas ao atacar civis nas regiões controladas pelas autoridades palestinas, mas ao dificultar o abastecimentos de água e alimentos para essa parcela da população.

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