30 de outubro de 2010 | 15h04
SÃO PAULO - Quatro semanas depois, o Brasil retorna no domingo, 31, às urnas, em 5.565 cidades, para escolher entre Dilma Rousseff (PT), 62 anos, e José Serra (PSDB), de 68, quem sucederá o presidente Luiz Inácio Lula da Silva no comando do País, pelos próximos quatro anos.
Os 135,8 milhões de eleitores - salvo 20%, talvez pouco mais, que já elegeram a abstenção - decidirão, entre 8 e 17 horas, se os oito anos da era Lula devem prosseguir, comandados por Dilma, ou se está na hora de reconduzir a oposição ao Palácio do Planalto. Também em segundo turno saem hoje os governadores do Distrito Federal e de mais oito Estados - Alagoas, Amapá, Goiás, Pará, Paraíba, Piauí, Rondônia e Roraima.
Não se repetem, agora, a tensão e a expectativa de quatro domingos atrás, quando o cenário se alterou nos últimos momentos com a ascensão de Marina Silva (PV). Ao contrário, desta vez o clima político sugere um certo cansaço - dos candidatos, das campanhas, de boa parte do eleitorado. Pode ser uma resposta do eleitor a uma campanha longa demais, ao duro tom das acusações mútuas, à falta de uma discussão mais detalhada sobre projetos.
Ou, ainda, pela confortável vantagem que as pesquisas davam até ontem - entre 12 e 14 pontos - à candidata petista. Não é por acaso, assim, que se teme para hoje um dos maiores níveis de abstenção da história.
Mais que isso, no entanto, a campanha que hoje termina ficará marcada por um debate religioso sobre aborto, que esquentou o clima entre católicos e evangélicos, invadiu as duas campanhas e redirecionou suas prioridades. Acabou não sobrando espaço, por exemplo, para os presidenciáveis dizerem o que farão com o alto endividamento do governo, com o câmbio e os juros, com os desequilíbrios da Previdência, ou se o País pode ter alguma esperança de uma reforma política ou tributária.
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