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Brasil vai esperar decisão da Onu sobre Kosovo

'Não queremos tomar decisão precipitada', diz ministro Celso Amorim.

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Por Denize Bacoccina
Atualização:

O Brasil vai aguardar a posição da Organização das Nações Unidas (ONU) sobre a independência do Kosovo antes de tomar uma posição a respeito. "Não há que tomar uma decisão precipitada. É uma questão complexa, que tem vários aspectos", afirmou o ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, em entrevista coletiva no Itamaraty. Durante a entrevista, o Conselho de Segurança da ONU ainda estava reunido discutindo o assunto. Ele disse que o Brasil defende o respeito às resoluções do Conselho - a resolução 1244, de 1999, estabelece a integralidade do país, na época ainda Iugoslávia. Desejo da população Mas disse que o governo brasileiro também vai levar em conta o desejo da população local. "Eu vi as imagens na televisão, vejo que o povo do Kosovo aparentemente, de um modo geral, está contente com esta situação, o que é algo que você também tem que levar em conta", afirmou. "Mas também não podemos ignorar totalmente. Se a Sérvia tivesse concordado com a independência seria mais fácil. Mas não é o caso." Em nota oficial, o Itamaraty diz que "o Brasil espera que prevaleça orientação construtiva e vontade política que possibilite alcançar solução satisfatória e conclama os atores envolvidos no processo a exercerem o máximo comedimento de maneira a não pôr em risco a paz e a segurança na região, assim como a assegurarem a adequada proteção das minorias". Rússia Amorim conversou sobre a independência do Kosovo na reunião que teve com o chanceler da Índia, Pranab Mukherjee, no Itamaraty, e também com o chanceler da Rússia, Serguei Lavrov, num telefonema nesta segunda-feira de manhã para tratar de outros assuntos. Brasil e Índia têm posições similares, disse Amorim, e defendem uma solução multilateral, através do diálogo e da negociação. O ministro defendeu a cautela argumentando que esta também tem sido a posição de vários países europeus. "Temos que analisar com cuidado, porque essas decisões mais tarde podem valer também pra outras situações", afirmou. BBC Brasil - Todos os direitos reservados. É proibido todo tipo de reprodução sem autorização por escrito da BBC.