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Brasil tenta negociar projeto em parceria com a Nasa

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Por Agencia Estado
Atualização:

Uma missão brasileira vai aos Estados Unidos este mês para negociar com a Nasa a permanência do Brasil no projeto da Estação Espacial Internacional (ISS, sigla em inglês), informou nesta segunda-feira o ministro da Ciência e Tecnologia, Ronaldo Sardenberg. O País corre o risco de ser afastado do programa se não conseguir cumprir prazo para entrega de seis conjuntos de equipamentos. O governo tem interesse em participar do programa, mas não nas mesmas condições pactuadas em 1997. "Temos de adaptar os fornecimentos à nossa realidade orçamentária", diz o ministro, informando que a missão tentará garantir a produção do maior número possível de equipamentos. Outra alternativa a ser discutida é a produção de partes dos equipamentos e não os produtos acabados. A Agência Espacial Brasileira já havia tentado, sem sucesso, negociar simplificações substanciais dos produtos para reduzir os custos. O ministro diz que o governo brasileiro se comprometeu a investir US$ 122 milhões em até cinco anos na produção de seis equipamentos. "O nosso desejo é continuar dentro do teto inicialmente acordado", afirma. Mas, ressalta que as primeiras avaliações das ofertas comerciais das companhias brasileiras revelam que os gastos serão superiores ao inicialmente orçado. Apenas um dos equipamentos já alcança o valor global da participação brasileira. Quando a Nasa convidou o Brasil - o único País em desenvolvimento - a participar do programa, o equipamento "express pallet" havia sido orçado em US$ 27 milhões. O ministro diz que os problemas orçamentários não são exclusivos do Brasil. Os outros parceiros, Estados Unidos, Rússia, Canadá, Japão e União Européia, também enfrentam dificuldades. A ameaça de afastamento do Brasil do programa veio por meio de uma carta do administrador da Nasa, Sean O´Keefe ao ministro Sardenberg, em junho. Ele cobrou se o Brasil conseguiria fornecer, em tempo, o "express pallets" para cumprir o cronograma de lançamento em 2006. Se até meados de julho, o Brasil não fizesse uma previsão, a Nasa encomendaria o equipamento das indústrias norte-americanas. Sardenberg respondeu que, lamentavelmente, não tinha condições de, em duas semanas, confirmar se o Brasil seria capaz de cumprir o cronograma. Mas que estava pronto para renegociar "a fundo" os termos do acordo de forma compatível às restrições orçamentárias. Sardenberg não vê constrangimento nessa troca de cartas e está confiante em conseguir um novo acordo com a Nasa. A missão será chefiada pelo presidente da Agência Espacial Brasileira, Múcio Dias. Para o ministro de Ciência e Tecnologia, o Brasil deve aproveitar a "brecha" entre as grandes potências para participar do programa. Entre outras vantagens, o País teria a competência nessa área reconhecida e o direito a participar de experiências científicas a bordo da estação. Também garantiria convite para um astronauta brasileiro, que é o major da Aeronáutica, Marcos Pontes, já em treinamento na Nasa. Também representa uma oportunidade de incluir empresas brasileiras no cadastro de fornecedores da Nasa.

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