"Brasil tem que usar diplomacia comercial e militar"

Deputado José Genoíno, um dos especialistas do PT em questões de segurança, repudia lobby dos EUA contra interesses do Brasil e diz que tentativa americana de impedir a compra de aviões da Embraer é "absurda"

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Por Agencia Estado
Atualização:

O deputado José Genoino, um dos especialistas do PT em questões militares, afirmou ontem que a tentativa dos Estados Unidos de barrar a venda de aviões militares da Embraer para a Colômbia é "absurda". "É um absurdo e uma intromissão indevida os Estados Unidos tentarem impedir que a Colômbia compre aviões da Embraer", avaliou ele. "Mesmo porque os aviões brasileiros são os mais adequados para as necessidades da Colômbia." As manobras americanas para impedir que a Colômbia compre aviões da Embraer foi revelada na edição de ontem de O Estado de S. Paulo, em reportagem de Roberto Godoy. No entanto, Genoino afirmou que essa "é uma atitude comum" da parte dos EUA. "Eles sempre vincularam empréstimos à compra de artigos miliares", disse, classificando a atitude de "onipotente e imperial". "Mostra que, quando os EUA falam em livre comércio, é só para eles." O deputado disse ainda que o governo brasileiro não pode aceitar isso pacificamente e tem de usar seu peso político na região. "Claro que a decisão final é da Colômbia, mas temos de usar todos os procedimentos políticos e legais para que eles mantenham a opção pela Embraer." Ele admite, contudo, que não será fácil competir com o poderio militar americano. "Sabemos que estamos em uma situação desfavorável diante do peso dos investimentos dos EUA na Colômbia", ressaltou. "Mas o Brasil precisa trabalhar não apenas com uma diplomacia diplomática, mas também com uma diplomacia comercial e militar." Leia mais sobre a ação americana contra a decisão da Colômbia de comprar aviões brasileiros: EUA tentam barrar venda de aviões da Embraer ?Insisto em que você reconsidere esta compra?, diz general americano A carta da ministra colombiana para a embaixadora brasileira Americanos conseguiram impedir exportação em 1989

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