Brasil tem menor preço de remédio contra aids da AL

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Por Agencia Estado
Atualização:

A briga comprada pelo Brasil contra os países desenvolvidos para conseguir remédios para o tratamento da aids a preços mais razoáveis começa a dar resultado. Segundo relatório da Organização Panamericana de Saúde, o custo para adquirir o coquetel de drogas contra a aids no Brasil passou a ser o mais baixo da América Latina. Em um ano, o custo da terapia por pessoa passou de US$ 1,4 mil para US$ 635. Desde 2000, o Ministério da Saúde e o Itamaraty tem pressionado a comunidade internacional a garantir que seja facilitado o acesso dos países pobres aos remédios de combate à aids. O enfrentamento acabou sendo levado até a Organização Mundial do Comércio (OMC), em 2001. Os Estados Unidos se queixavam de que a lei brasileira de propriedade intelectual possibilitava que o País quebrasse a patente de um remédios de forma arbitrária. O Brasil argumentava que apenas daria uma licença compulsória em caso de emergência nacional. Mas, diante da reação da comunidade internacional, os EUA foram obrigados a retirar sua queixa e, com isso, o Brasil conseguiu ameaçar com a quebra de patentes as empresas farmacêuticas que não aceitassem baixar seus preços. O Haiti, que sofre uma verdadeira epidemia de aids, é outro país que conseguiu baixar os custos dos remédios. A terapia, que custava US$ 21,5 mil, passou a custar US$ 1,6 mil. Apesar dos avanços de alguns governos, a Organização Panamericana de Saúde alerta que o tratamento continua com um preço alto em muitos outro países, que chegam a pagar US$ 6 mil pelo coquetel. Outro problema é que, mesmo com a queda no preço dos remédios, algumas economias ainda não conseguem ter recursos para adquiri-los. Em toda a América Latina, 475 mil pessoas precisariam receber o tratamento contra a aids. Até meados deste ano, apenas 170 mil pacientes receberam o coquetel e, grande parte, no Brasil.

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