Brasil substituirá 50 soldados por engenheiros no Haiti

Chefe das Forças Armadas demonstra preocupação com a segurança e com os gastos financeiros do Exército na ação militar

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Por Agencia Estado
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O governo brasileiro começa a substituir, em novembro, soldados de combate no Haiti, integrantes das forças de paz da Organização das Nações Unidas (ONU), por militares da área de engenharia. O objetivo é atuar mais na reconstrução do país. A mudança na composição do grupo aproveita a operação de troca de 1.200 militares brasileiros que voltam de lá por outros 1.200 que ainda não foram. Mais 50 engenheiros vão se somar aos 150 que já estão trabalhando na Companhia de Engenharia do Haiti. A área de segurança terá menos 50 soldados. O chefe do Estado-Maior da Forças Armadas do Brasil, tenente-brigadeiro José Américo dos Santos, afirma que a ação respeita a vontade da ONU e do ministro brasileiro da Defesa, Waldir Pires. "É uma tendência. Precisamos diminuir a quantidade de pessoal de segurança lá e aumentar o de engenheiros", disse o brigadeiro nesta quinta-feira, 12, durante conferência sobre as Forças Armadas, no Forte de Copacabana, Rio. Em palestra, Santos enfatizou o aspecto social da atuação brasileira no Haiti. "Acredito que o elemento-chave está no atendimento social à população", disse enquanto mostrava fotos de soldados que distribuíam alimentos e prestavam atendimento, como a medição da pressão arterial, a populares haitianos. O brigadeiro acrescentou que Waldir Pires defende um maior apoio dos civis aos brasileiros da missão de paz. O perigo das ações no Haiti, agravado pelas eleições legislativas de 3 de dezembro no país, preocupam as Forças Armadas brasileiras. "No mês passado três brasileiros ficaram feridos. Doze representantes da ONU já faleceram", lamentou Santos. O brigadeiro destacou a necessidade de ambulâncias blindadas para circular na região. A ajuda financeira da ONU tem sido insuficiente para cobrir os gastos do Exército. "Eles ajudam os países participantes, mas o valor não chega a totalidade do que gastamos lá", disse Santos. Por acordo firmado com a ONU, a participação brasileira na missão no Haiti vai até agosto de 2007.

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