Brasil sediará centro internacional contra a pobreza

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Por Agencia Estado
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O Brasil foi escolhido como sede do Centro Internacional para Políticas de Redução da Pobreza (CIPRP). O centro será integrado por pesquisadores selecionados pelo Programa das Nações Unidas para Desenvolvimento (Pnud) e do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). Além de dimensionar a desigualdade social no mundo inteiro, o órgão deverá propor medidas para diminuir a pobreza. "A pobreza é eticamente inaceitável", afirmou o representante do Pnud e coordenador do Sistema ONU no Brasil, Walter Franco, na assinatura da carta de intenções para criação do centro. Ele compara a pobreza à escravidão, por depender apenas de vontade política para ser eliminada. Segundo Franco, o mundo tem recursos suficientes para resolver o problema, mesmo que a situação atual revele que as 60 pessoas mais ricas do mundo possuem mais renda do que o contingente de 2,4 bilhões de pessoas mais pobres. "A desigualdade é obscena." Franco explicou que o Pnud escolheu o Rio de Janeiro para sediar o CIPRP pela competência técnica do Ipea em identificar as razões da pobreza e propor medidas, e também pela adoção de programas compensatórios criativos pelo governo federal, como o Bolsa-Escola. Este é um dos projetos brasileiros que poderão ser exportados a outros países em desenvolvimento. Franco elogia a distribuição de cartão para a mãe sacar o benefício, evitando que o "dinheiro fique no bolso de outras pessoas" que poderiam se aproveitar indevidamente de verbas públicas. O presidente do Ipea, Roberto Borges Martins, considera que o Plano Real teve um impacto poderoso na redução da pobreza, ao acabar com a inflação. Caiu de 44% para 33% o porcentual de brasileiros que vivem abaixo da linha da pobreza. Mas, ressalta Martins, as fracas taxas de crescimento no final da década de 90 mantiveram 54 milhões de brasileiros abaixo dessa linha. Apesar do atual quadro, Martins aposta que o Brasil conseguirá cumprir o compromisso de reduzir a pobreza à metade até 2015, uma das Metas do Milênio assumidas por chefes de Estados dois anos atrás. Segundo ele, a receita para enfrentar a pobreza deve conjulgar crescimento econômico e redução da desigualdade.

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