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Brasil rejeita relatório dos EUA sobre direitos humanos

Relatório do Departamento de Estado americano destacou as mortes em decorrência do crime organizado e os abusos policiais cometidos no País

Por Agencia Estado
Atualização:

O governo brasileiro anunciou nesta quarta-feira, 7, que não reconhece a legitimidade das críticas que constam do relatório sobre direitos humanos do Departamento de Estado norte-americano, que advertiu o País sobre a impunidade e abusos cometidos pelas forças policiais brasileiras. "O governo brasileiro reafirma que não reconhece a legitimidade de relatórios elaborados unilateralmente por países, segundo critérios domésticos, muitas vezes de inspiração política", observou o Ministério das Relações Exteriores em um comunicado. A nota foi divulgada na véspera da chegada do presidente norte-americano, George W. Bush, ao Brasil. Bush dá início nesta quinta-feira, em São Paulo, a uma viagem por cinco países da América Latina. "Atitudes e avaliações unilaterais sobre tais temas são inaceitáveis, pois contrariam os princípios da universalidade e da não-seletividade dos direitos humanos", apontou o Itamaraty, acrescentando que o Brasil está aberto ao diálogo com todos os mecanismos de direitos humanos do mundo. O Itamaraty lembrou que o Brasil garante amplo acesso a todos os observadores de direitos humanos da ONU, e disse que "anima a todos os países, incluindo os Estados Unidos, a adotar a mesma postura". Violações O capítulo dedicado ao Brasil no relatório do Departamento de Estado afirmou que a criminalidade afetou negativamente os direitos humanos no País no ano passado, com milhares de mortes em decorrência do crime organizado e dos abusos policiais. Segundo o documento, só no Estado do Rio de Janeiro três mil pessoas morreram nas mãos de forças policiais. A fonte citada foi um centro de estudos da Universidade Cândido Mendes. O relatório também citou as ações do PCC (Primeiro Comando da Capital) em São Paulo. "Na maioria dos casos, os violadores dos direitos humanos ficaram impunes pelos crimes que cometeram", afirmou o relatório.

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