PUBLICIDADE

Brasil reforça tendência esquerdista na AL, diz <i>FT</i>

Suspensão de concessões rodoviárias no Brasil sugere que América Latina está migrando para controle estatal da economia, afirmou diário financeiro

PUBLICIDADE

Por Agencia Estado
Atualização:

O jornal Financial Times afirmou que o momento escolhido pelo governo brasileiro para suspender o processo de concessões rodoviárias no Brasil foi "eficaz em sugerir que a América Latina está migrando para o controle estatal da economia". O diário financeiro observou que pouco depois de o presidente da Venezuela, Hugo Chávez, ter anunciado a nacionalização de vários setores do país, o Brasil "cancelou planos" para privatizar suas estradas federais. "Muito tem sido dito sobre a guinada para esquerda na América Latina nos últimos anos, boa parte disso com exagero", disse o Financial Times. "Mas o súbito apetite pelo socialismo estatal anunciado por Chávez e sua proximidade com novos líderes emergentes como Evo Morales, na Bolívia, e Daniel Ortega, na Nicarágua, deram mais substância a essas avaliações". Analistas entrevistados pelo jornal argumentaram que a decisão do governo brasileiro pode refletir mais uma "falta de direção" do que um movimento consciente para a esquerda, pois o governo tem como sua principal meta fazer com que a economia cresça 5%. "Para liberar investimentos públicos e do setor privado na economia real, a maioria dos economistas afirma que o governo precisa cortar os gastos correntes", disse o diário. No entanto, o Financial Times afirmou que a direção tomada pelo governo não está clara. "Antes de sua reeleição em outubro, Lula prometeu ação imediata para acelerar o crescimento", disse o jornal. "Mas nos últimos meses, ele não conseguiu nomear o seu novo grupo de ministros o anúncio de um prometido pacote de medidas para o crescimento tem sido repetidamente adiado". Por fim, de acordo com o jornal, um dos fatores que preocupam os investidores são as recentes mudanças na composição do governo Lula. "Até o ano passado, aqueles que defendiam uma economia dirigida pelo Estado, como a chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, eram contrabalançados por ministros mais liberais, como Antônio Palocci", disse o diário. "Porém, desde que Palocci saiu do ministério da Fazenda em março passado, os estatistas se tornaram os mais fortes".

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.