
03 de dezembro de 2010 | 15h48
O reconhecimento é resposta a um pedido feito pelo presidente da Autoridade Nacional Palestina, Mahmoud Abbas, ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva em carta datada de 24 de novembro.
"A iniciativa é coerente com a disposição histórica do Brasil de contribuir para o processo de paz entre Israel e Palestina, cujas negociações diretas estão neste momento interrompidas", afirmou o Itamaraty em nota.
"(A decisão) está em consonância com as resoluções da ONU, que exigem o fim da ocupação dos territórios palestinos e a construção de um Estado independente dentro das fronteiras de 4 de junho de 1967."
Em 1967, após a Guerra dos Seis Dias, Israel ocupou a região oriental de Jerusalém, a Cisjordânia e a Faixa de Gaza --territórios agora reconhecidos pelo governo brasileiro como parte do Estado palestino.
Palestinos reivindicam Jerusalém Oriental como capital de um futuro Estado independente, mas Israel considera a cidade como sua capital eterna e indivisível.
"A decisão não implica abandonar a convicção de que são imprescindíveis negociações entre Israel e Palestina, a fim de que se alcancem concessões mútuas sobre as questões centrais do conflito", afirmou a chancelaria brasileira.
"O Brasil reafirma sua tradicional posição de favorecer um Estado palestino democrático, geograficamente coeso e economicamente viável, que viva em paz com o Estado de Israel."
As negociações de paz entre israelenses e palestinos foram reiniciadas em setembro com a mediação dos Estados Unidos, mas foram interrompidas pouco depois com o fim da moratória de Israel na expansão de assentamentos judeus em território palestino ocupado.
Segundo o Itamaraty, mais de 100 países reconhecem o Estado palestino, entre eles China, Rússia e Índia, países que formam, junto com o Brasil, o chamado Bric e que mantêm "relações fluidas" com Israel.
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