Brasil precisa aumentar poupança interna para se desenvolver, diz colunista-chefe do 'FT'

Segundo Martin Wolf, poupança nacional, de menos de 20% do PIB, deveria aumentar em pelo menos 10 pontos percentuais.

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Por Rogerio Wassermann
Atualização:

martin Wolf acredita que Brasil tem que aumentar popuança interna O principal desafio para o Brasil se tornar um país desenvolvido é aumentar o nível de poupança interna, na avaliação de Martin Wolf, principal colunista de economia do jornal britânico Financial Times. Considerado um dos mais influentes comentaristas econômicos mundiais, Wolf é um dos especialistas ouvidos pela BBC Brasil para a série "O Que Falta ao Brasil?", que discute os desafios do Brasil para se tornar um país desenvolvido. "O maior desafio econômico que o Brasil enfrenta é aumentar a taxa de poupança nacional, hoje abaixo dos 20% do Produto Interno Bruto, para acima de 30%", afirma Wolf. Segundo ele, "todos os países que mantiveram um rápido crescimento ao longo de uma geração e com isso levaram suas economias ao nível de país desenvolvido conseguiram poupar nesse nível alto". Para o colunista, a única alternativa a isso seria depender de financiamento externo, mas isso traz perigos. "A experiência longa e dolorosa mostra que quando o fluxo líquido de capital estrangeiro fica acima de, digamos, 5% do PIB, uma crise financeira é provável. Em vez disso, é necessário depender de níveis mais altos de poupança interna", afirma. Segundo ele, com o baixo nível de poupança interna brasileira, o governo deve manter um superávit fiscal alto e sustentado, além de promover a poupança em geral entre a população. Um dos caminhos para conseguir isso, diz Wolf, seria com o estabelecimento de um esquema nacional de poupança para pensões. "Se a empobrecida China pôde conseguir uma taxa de poupança nacional de cerca de 35% do PIB, então o Brasil seguramente pode conseguir também", afirma. BBC Brasil - Todos os direitos reservados. É proibido todo tipo de reprodução sem autorização por escrito da BBC.

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