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Brasil poderá ter transplantes para diabéticos

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Por Agencia Estado
Atualização:

O Estado do Paraná terá o primeiro laboratório de isolamento das Ilhotas de Langerhans, responsáveis pela produção de insulina, que permitirá o início no Brasil de transplantes para diabéticos. A informação é do nefrologista Miguel Riella, ex-presidente da Sociedade Brasileira de Nefrologia. O médico relata que a Universidade de Alberta, no Canadá, realizou 37 cirurgias nos últimos três anos, e 85% destes pacientes se tornaram independentes da aplicação diária de doses de insulina após um ano. O transplante das ilhotas, inédito no Brasil, será um dos temas de discussão no 21º Congresso Brasileiro de Nefrologia, que começa amanhã em Brasília. No mundo, cerca de 500 pessoas já passaram por essa cirurgia. O projeto de isolamento de ilhotas no Paraná custará US$ 1 milhão e é uma parceria do governo paranaense, da Universidade Católica e da Fundação Pró-Renal. As ilhotas são células existentes no pâncreas, hoje descartado pelas equipes de captação de órgãos em pessoas com morte cerebral. O processo de isolamento leva de seis a dez horas. Primeiro se injeta uma enzima digestiva no pâncreas doado, depois o órgão é partido em pedaços menores e passa por vários processos de purificação até o isolamento das ilhotas. Segundo Riella, o custo do processo é de US$ 10 mil nos Estados Unidos. Diálise Durante o congresso de nefrologia, especialistas debaterão formas de prevenção de doenças renais crônicas. O diabete é o segundo fator de comprometimento dos rins, perde apenas para a hipertensão. Em casos graves, leva o paciente a diálises de quatro horas, três vezes por semana. No Brasil, 30% dos diabéticos acabam desenvolvendo insuficiência renal e precisando de diálises. "O transplante de ilhotas pode evitar complicações da diabete, como cegueira e diálises", aposta Riella. Diabéticos, hipertensos e parentes diretos de pacientes renais são grupos de risco das doenças renais. O presidente do congresso de nefrologia, o médico Istênio Pascoal, informa que a maioria dos pacientes que faz diálise só descobriu, de última hora, ser portador de insuficiência renal crônica. Pascoal recomenda a realização de exames regulares de urina e de sangue para verificar níveis de uréia e creatinina, porque a doença renal é silenciosa. "No início, mais de 80% dos casos não apresentam sintomas."

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