Brasil pode pagar preço alto para se preparar para a Copa, diz 'Economist'

Atraso nas obras pode resultar em mau uso do dinheiro público, leniência e em 'papel de bobo'.

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Por BBC Brasil
Atualização:

No atual ritmo de preparos, os brasileiros pagarão um preço alto para garantir a infraestrutura para a Copa do Mundo de 2014, diz a revista Economist em sua edição desta quinta-feira. A reportagem cita os atrasos na adequação e na construção de aeroportos e estádios e lembra que "São Paulo ainda nem começou a construir a arena que deve abrigar a partida inicial" da Copa. Além disso, "a maioria dos aeroportos do Brasil já está operando acima de sua capacidade normal" para atender o crescimento da demanda interna. Em entrevista à reportagem da Economist, o especialista em infraestrutura Paulo Resende, da Fundação Dom Cabral, disse que é importante ser realista quanto ao que poderá ser concretizado até 2014. Ainda que novos terminais, pistas e aeroportos sejam necessários para satisfazer a demanda doméstica, "se continuarmos a dizer que tudo vai estar pronto até a Copa, arriscamos fazer papel de bobos", declarou Resende, defendendo ajustes temporários para o evento esportivo (como adaptações em balcões de check-in e em estacionamentos de aeroportos e o uso de aviões menores). A revista cita também o consultor de aviação Respicio Espírito Santo, que se diz preocupado com a possibilidade de o governo, na pressa para concluir obras, usar dinheiro público indiscriminadamente ou ser leniente quanto a regras de construção. "O Brasil pode conseguir se aprontar para o chute inicial, talvez com menos estádios que o planejado, mas parece que deverá pagar um preço alto para um torneio bem-sucedido", concluiu a Economist. BBC Brasil - Todos os direitos reservados. É proibido todo tipo de reprodução sem autorização por escrito da BBC.

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