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Brasil pode adotar programa americano de prevenção a drogas

Por Agencia Estado
Atualização:

Um programa de prevenção de drogas baseado em 40 valores que devem ser cultivados entre jovens poderá ser usado no Brasil. O trabalho, idealizado pelo Search Institute, uma instituição norte-americana, foi apresentado hoje durante o Congresso Internacional de Prevenção e Políticas Públicas em Álcool e Drogas e está sendo avaliado pela Unidade de Pesquisa em Álcool e Drogas, da Universidade Federal de São Paulo. "Foi uma primeira apresentação. Mas a intenção é de que o trabalho passe a ser feito no País", afirmou a educadora Flora Sanchez, representante do Search. Os 40 valores foram estabelecidos a partir de uma pesquisa feita com mais de 99 mil estudantes dos Estados Unidos. Eles citaram itens prosaicos, como diálogo familiar, limites claros de comportamento, exemplo dos pais, incentivo para estudo como os mais importantes para as suas vidas. "São atitudes simples, mas muitas vezes esquecidas pelos pais e pelos educadores", afirma Flora. O trabalho detectou que quanto maior a exposição dos adolescentes a esses valores menor o risco de eles apresentarem problemas de comportamento ou contato com drogas. Trabalhos preventivos feitos a partir dessa filosofia estão sendo desenvolvidos nos Estados Unidos, Austrália, Canadá e México. "Anualmente fazemos cerca de 220 apresentações para a capacitação de educadores e voluntários", afirma. Embora pareçam comuns, as pesquisas feitas pelo Search demonstram que poucos jovens têm contato com situações que sirvam de proteção contra as drogas. Segundo Flora, o ideal seria que eles vivenciassem pelo menos 31 dos 40 valores da lista. Somente 8% dos pesquisados atingiram esse índice. "Políticas de prevenção têm de atender a características singulares de cada população. E ela muda, até de bairro para bairro", afirma o coordenador da Unidade de Pesquisa em Álcool e Drogas da Universidade Federal de São Paulo Ronaldo Laranjeira. No entanto, ele ressalta que trabalhos feitos em outros países muitas vezes trazem conclusões que podem ser aplicadas, sem problemas, em outros locais. "Não temos tempo nem dinheiro para ficar testando a efetividade de várias ações." Uma das coisas importantes aprendidas, diz, é a necessidade de fazer programas de longa duração, regulares. "Se for para fazer malfeito, é melhor nem fazer. É perda de dinheiro."

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