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Brasil perdoa dívida e empresta mais para a Bolívia

Por Agencia Estado
Atualização:

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva passou nesta quinta-feira seis horas na Bolívia para dar apoio político ao presidente boliviano, Carlos Mesa, que tenta se legitimar no poder e rever as regras dos contratos energéticos entre os dois países. Lula perdoou uma dívida de US$ 52 milhões, abriu uma linha de crédito de US$ 600 milhões do BNDES para financiar projetos de infra-estrutura e fechou um acordo que dispensa o uso de passaporte nos deslocamentos entre os dois países. Carlos Mesa, eleito vice em 2002, assumiu o cargo em outubro do ano passado, após uma onda de protestos populares que derrubou o então presidente Gonzalo Sánchez de Lozada. "A América do Sul precisa de uma Bolívia democrática, próspera e unida", disse Lula. O presidente brasileiro elogiou o colega boliviano e defendeu a realização de um referendo nacional, resultado dos protestos do ano passado, marcado para o dia 18, que definirá o rumo da política energética da Bolívia. Foi a questão de gás natural que derrubou Sánchez de Lozada e que continua dividindo o país. Lula disse que a ajuda do governo brasileiro a países pobres é uma forma de abrir novos mercados. "A concessão de tratamento especial aos países de menor desenvolvimento fortalece o Mercosul e acelera sua aproximação com a Comunidade Andina", disse. Carlos Mesa disse que "os acordos firmados com o Brasil chegam num momento importante, que garantirá a integração com o Brasil e outros países". Atualmente, a Bolívia tem superávit na relação comercial com o Brasil. Em 1999, os bolivianos exportavam US$ 160 milhões para o Brasil. Essa cifra passou para US$ 400 milhões no ano passado. O gás natural representa cerca de 90% dessas exportações.

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