Brasil nega ter recebido plutônio dos EUA

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Por Agencia Estado
Atualização:

O presidente da Comissão Nacional de Energia Nuclear (Cnen), José Mauro Esteves dos Santos, desmentiu hoje por meio de sua assessoria de imprensa a informação publicada pelo diário The Washington Post de que o Brasil tenha recebido plutônio dos EUA sob o programa Átomos Para a Paz. Segundo o superintende do Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (Ipen), o físico Cláudio Rodrigues, o que o programa forneceu ao País em meados dos anos 50 foram cargas de urânio enriquecido e a ajuda para a construção e instalação de reator nuclear de pesquisa, que funciona até hoje no campus da USP em São Paulo. O reator, controlado pelo Ipen, foi inaugurado em 1957, tornando-se na época o primeiro desse tipo no hemisfério sul. Rodrigues lembra que o programa dos EUA foi colocado em prática num momento em que o mundo vivia sob a Guerra Fria e o governo Dwight Eisenhower estava decidido a difundir conhecimento nuclear a alguns países do bloco ocidental. "O governo brasileiro também tinha um interesse claro em começar pesquisas na área nuclear, que na época era vista como uma tecnologia promissora e de interesse estratégico", diz. O programa Átomos Para Paz acabou subsidiando quase que completamente os custos do reator do Ipen. Uma equipe de cientistas norte-americanos esteve em São Paulo para ajudar na montagem. O reator produz radio-isótopos usados em diagnósticos e terapias medicinais, além de material para a indústria e a agricultura.

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