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Brasil não fala sobre novas medidas de segurança dos EUA

Por Agencia Estado
Atualização:

O Itamaraty não quis comentar os novos procedimentos de segurança adotados pelo Departamento de Justiça dos Estados Unidos, que determinam a tomada das impressões digitais de pessoas que ingressam no País. Também a embaixada norte-americana em Brasília não quis prestar declarações, alegando não ter recebido informação oficial do Departamento de Estado sobre as novas regras. Fontes do Itamaraty afirmaram, contudo, que os Estados Unidos, assim como qualquer outro país, têm o direito de adotar os controles de segurança que julgam adequados, por mais injustos que eles possam parecer. De acordo com as novas determinações, para entrar nos EUA os cidadãos da Líbia, Irã, Iraque, Síria e Sudão serão fotografados e terão as impressões digitais comparadas com as existentes em bancos de dados norte-americanos sobre criminosos e terroristas. Mas o mesmo procedimento também poderá ser exigido de pessoas de outros países, a critério do Departamento de Justiça ou dos inspetores do Serviço de Imigração. "Não há nada que possamos fazer", disse um diplomata. "Desde que não fira princípios de proteção à dignidade humana, cada país tem um grau elevado de discricionaridade para regular a entrada de estrangeiros em seu território." É comum que tratamentos diferenciados sejam dados a países diversos. O Brasil, por exemplo, não exige visto de entrada de cidadãos europeus, mas não dispensa o procedimento para chineses e coreanos, dos quais exige comprovação de emprego e renda no país de origem. A preocupação, nesse caso, é evitar a entrada de imigrantes ilegais. Nessa área, quase sempre vale a reciprocidade. Os Estados Unidos, por exemplo, exigem visto de entrada de brasileiros. Por essa razão, o Brasil pede o mesmo de cidadãos norte-americanos. Recentemente, os Estados Unidos aumentaram a taxa que cobram para a concessão de visto a brasileiros. O Brasil fez o mesmo para os cidadãos dos EUA. Muitas vezes, mesmo tendo recebido o visto de entrada, pessoas são barradas nos aeroportos e impedidas de entrar nos Estados Unidos. Isso acontece porque o visto não confere ao viajante o direito de ingressar no país que pretende visitar, mas apenas uma expectativa de que poderá ter esse direito. O que vale mesmo é o controle de segurança na hora do desembarque.

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