Brasil não concorda com imposição do FMI, diz Dilma

Presidente reconheceu que o Brasil também pode sofrer os efeitos da crise internacional

PUBLICIDADE

Por Elder Ogliari
Atualização:

A presidente Dilma Rousseff disse nesta sexta-feira, 14, em Porto Alegre, que o Brasil não concorda com a imposição, pelo Fundo Monetário Internacional (FMI), de algumas políticas restritivas a países em crise. "Jamais aceitaremos, como participantes (do FMI), que certos critérios que nos impuseram sejam impostos a outros países", afirmou, para as cerca de mil pessoas que participaram do ato de assinatura do pacto de adesão dos governadores do Sul ao programa Brasil Sem Miséria, na Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul.Nesta quinta-feira, 13, em Curitiba, a presidente já havia dito que o Brasil sabe o que é a supervisão do FMI e a proibição aos investimentos. Em Porto Alegre, Dilma lembrou que no governo de Luiz Inácio Lula da Silva o País passou de devedor a credor do FMI. "Hoje temos recursos aplicados no Fundo e possivelmente iremos ter maior participação", ressaltou.Dilma reconheceu que o Brasil também pode sofrer os efeitos da crise internacional, pela redução de negócios em todas as regiões do planeta, mas insistiu na tese de que o País está bem preparado para enfrentar a situação, por ter US$ 352 bilhões de reservas e grande potencial de consumo. "Nossa principal força está no mercado interno, nossa capacidade de resistência é muito elevada".A presidente assinou com os três governadores da Região Sul o pacto de participação no Programa Brasil Sem Miséria. Dilma estava acompanhada de sete ministros, que também assinaram convênios com entidades empresariais e comunitárias para compra de produtos da agricultura familiar, treinamento e contratação de pessoas que estão em situação de miséria. A presidente almoçou no Palácio Piratini, sede do governo gaúcho, e, à tarde, anuncia investimentos na construção de um metrô em Porto Alegre.Enquanto Dilma participava da cerimônia no auditório Dante Barone, cerca de cem manifestantes ligados a sindicatos de bancários e servidores da Justiça, da Saúde e dos Correios promoviam protesto na praça Marechal Deodoro, diante da Assembleia Legislativa, pedindo reajustes e negociações salariais aos governos do Estado e federal.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.