Brasil intensifica luta por recursos africanos, diz 'Financial Times'

Jornal cita início próximo das operações da Vale em Moçambique como indicação do interesse do país.

Por BBC Brasil
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O início próximo das operações da Vale em Moçambique é a mais recente indicação do crescente interesse do Brasil na África e da entrada da maior economia da América do Sul na corrida internacional pelos recursos africanos, segundo afirma reportagem publicada nesta terça-feira pelo diário britânico Financial Times. O jornal observa que outros grandes países emergentes, como a China e a Índia, já têm laços comerciais mais desenvolvidos com países africanos. A reportagem afirma, porém, que "a chegada do Brasil na África é parte do mesmo padrão que viu os parceiros tradicionais do continente no Ocidente competindo contra uma gama de atores de mercados emergentes por recursos e influência". O jornal comenta que as importações brasileiras da África cresceram de US$ 3 bilhões para US$ 18,5 bilhões de 2000 a 2008, enquanto as exportações brasileiras para o continente subiram de US$ 1 bilhão para US$ 8 bilhões no mesmo período. Brics O Financial Times comenta ainda que, apesar de o presidente Luiz Inácio Lula da Silva já ter visitado 19 países africanos em oito viagens ao continente desde 2003 - mais do que o presidente chinês, Hu Jintao, desde 2000 -, a China ainda é o principal parceiro africano entre os países do grupo Bric (Brasil, Rússia, Índia e China). Segundo o jornal, o total do comércio entre a África e a China saltou de US$ 4,1 bilhões para US$ 107 bilhões entre 2000 e 2008, acompanhado também de um aumento agressivo nos investimentos das companhias chinesas na África, principalmente no setor de petróleo. A reportagem observa que, como bloco, os Bric aumentaram sua proporção no total do comércio africano de 4,6% em 1993 para mais de 19% em 2008, e que economistas preveem que essa proporção possa chegar a 50% até 2030. BBC Brasil - Todos os direitos reservados. É proibido todo tipo de reprodução sem autorização por escrito da BBC.

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