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Brasil ganharia US$ 117 bi com erradicação do trabalho infantil

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Por Agencia Estado
Atualização:

O Brasil poderia se beneficiar em US$ 117 bilhões se eliminasse o trabalho infantil até 2020. A avaliação faz parte de um estudo realizado pela Organização Internacional do Trabalho (OIT), que aponta que os ganhos para o mundo seriam de US$ 5,1 trilhões com a erradicação do problema. Segundo a pesquisa, 246 milhões de crianças entre 5 e 15 anos estão trabalhando atualmente, o que representa uma a cada seis crianças no mundo. No Brasil, o custo para eliminação do trabalho infantil seria de US$ 13,6 bilhões até 2020, isso sem contar com outros US$ 8,7 bilhões que o governo precisaria destinar a programas como o Bolsa Escola ou o Programa de Erradicação de Trabalho Infantil (PETI). Para eliminar o trabalho infantil em todo o mundo, a OIT estima que seriam necessários US$ 760 bilhões em investimentos até 2020. O valor pode parecer significativo, mas é o equivalente a dois anos de subsídios dados pelos países ricos a seus agricultores. O valor é ainda sete vezes menor que os benefícios que o fim do trabalho infantil geraria para as economias. Os gastos também seriam apenas 9,5% do que os governos gastam com os serviços da dívida externa e 20% dos gastos militares nos países em desenvolvimento. "Uma boa política social também é uma boa política econômica", afirmou Juan Somavia, diretor da OIT. No caso do Brasil, onde existiam 4,5 milhões de crianças trabalhando em 1999, os benefícios seriam quase nove vezes maiores que os gastos que o País teria para eliminar essas práticas. Segundo o estudo da OIT, entre os itens calculados estão principalmente os gastos públicos com a criação de novas vagas em escolas para receber de forma adequada as crianças que atualmente não estão frequentando as salas de aula por estarem trabalhando. No Brasil, isso exigiria US$ 8 bilhões até 2020. As perdas de salários das crianças no Brasil também seriam significativas, chegando a US$ 3,9 blhões em 2020. Para compensar as famílias pelos prejuízos de renda que teriam com a campanha contra o trabalho infantil, a OIT estima que programas de ajuda precisariam ser implementados em todo o mundo. Em alguns países, como na Tanzânia, a renda gerada por crianças representa 3% da renda nacional e a interrupção desses salários pode ser problemática para várias famílias.

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