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"Brasil fora da Alca seria risco grande"

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Por Agencia Estado
Atualização:

O ministro das Relações Exteriores, Celso Lafer, admitiu nesta quarta-feira que o Mercosul entra para as negociações efetivas da Alca em um momento bastante difícil para o bloco. Lafer afirmou que, em primeiro lugar, o Brasil está tentando ajudar a Argentina a recuperar sua credibilidade externa para, depois, as partes tratarem do Mercosul. Lafer enviou um recado ao seu colega Domingo Cavallo, ministro da Economia da Argentina, afirmando que o Mercosul é uma opção estratégica para o Brasil e só tem lógica como união aduaneira, não uma zona de livre comercio. O ministro Cavallo já reiterou diversas vezes que preferiria ver o Mercosul muito mais como uma área de livre comércio, que exclui a TEC. Durante o Seminário Internacional "O Continente Americano e o Futuro das Integrações Regionais", no Parlatino, Lafer destacou que rejeitar a participação na Alca seria um risco sem contrapartida para o Brasil. O governo brasileiro tem afirmado que a Alca é uma opção. Porém, na avaliação de Lafer, o aumento das exportações é decisivo para o desenvolvimento do Brasil, e o País não pode prescindir do mercado hemisférico, para o qual já exporta 50% de seu excedente comercial. "Seria um grande risco ficarmos fora da Alca", afirmou o ministro. Lafer defendeu a posição de que o Brasil deve negociar sua inserção externa em várias frentes, incluindo a União Européia e os Países do Pacto Andino. Lafer reiterou que embora o Brasil não tenha a força comercial dos Estados Unidos, o País não vai abrir seu mercado de serviço se os Estados Unidos não abrirem seu mercado agrícola ao Brasil e aos outros países do hemisfério. "Acreditamos ser possível que negociações assimétricas resultem em um acordo simétrico, com benefícios para todas as partes. É preciso disposição para o diálogo em todas as frentes", afirmou o ministro. Lafer também ressaltou que não tem sentido os Estados Unidos quererem incluir o tema propriedade intelectual na Alca, negando-se a negociar sua legislação antidumping. "Estamos consciente do tamanho da negociação que temos de enfrentar, mas é indispensável para o Brasil conseguir se beneficiar da oportunidade que a Área de Livre Comercio representa para o País, que precisa elevar suas exportações.

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