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Brasil faz treinamento militar na fronteira com a Colômbia

Por Agencia Estado
Atualização:

O primeiro exercício combinado entre as Forças Armadas brasileiras está sendo realizado no oeste do Amazonas, na fronteira com a Colômbia, uma das áreas de maior preocupação em termos de segurança militar pelo Ministério da Defesa. "Não é uma intimidação à Colômbia", garantiu o ministro da Defesa, Geraldo Quintão, ao comemorar a realização da Operação Tapuru, primeiro treinamento efetivo em conjunto do Exército, da Marinha e da Aeronáutica. "É o primeiro exercício real combinado para avaliação de procedimentos, comandos e controles", afirmou Quintão, que estará presente no encerramento da operação, nos dias 23 e 24, em Manaus e Tefé, quando participará de um exercício de tiro a partir de helicópteros do Exército. Mas as ações militares, próximas às fronteiras, que são associadas a atendimentos assistenciais às populações carentes, têm por objetivo também assegurar a garantia da soberania do País. Com isso, o governo tenta demonstrar aos brasileiros, que mesmo morando em áreas distantes, particularmente nas fronteiras, estão sob a proteção permanente do Estado, que lhes oferece assistência. "O exercício combinado é da maior importância para o treinamento das Forças Armadas", comentou o ministro Quintão, ao explicar que neste caso há uma participação integrada por efetivos das três forças, sob um comando único, sendo o planejamento geral das ações formulado em conjunto. O Exército comanda as operação porque é a força preponderante na área. Teatro de operações Até então, nas operações denominadas "conjuntas", as Forças Armadas atuavam simultaneamente, dentro de um mesmo teatro de operações, mas sob comandos separados. Para a execução desta nova proposta houve adaptações dos manuais de planejamento de comandos e dos manuais de logística para operações combinadas. Apesar da enorme preocupação com os cortes no orçamento das Forças Armadas - que atingem mais de R$ 930 milhões, cerca de 25% dos recursos -, o ministro da Defesa informou que a operação não sofreu alterações ou atrasos porque a verba já estava destinada. A operação, que envolve 4 mil e 300 homens, está orçada em R$ 4,5 milhões. Os cortes no orçamento levaram, no entanto, ao cancelamento do segundo exercício conjunto que estava programado para acontecer no segundo semestre deste ano, só que na região de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. As Forças Armadas têm intensificado suas ações na região amazônica, preocupadas, principalmente, com o agravamento do conflito na Colômbia, embora o Ministério da Defesa garanta que não há indícios de invasões de guerrilheiros ou registros de entradas de traficantes. Mas esta é uma preocupação permanente em qualquer área fronteiriça. Nesta operação, serão utilizadas 22 aeronaves, cinco navios, quatro helicópteros e um navio-hospital, que prestará atendimento à população ao longo do Rio Japurá, todas sob o comando do general Valdésio Guilherme de Figueiredo, comandante Militar da Amazônia. Além da Operação Tapuru, que está em andamento, o Brasil participará, em outubro deste ano, de um exercício conjunto com os países de língua portuguesa. O treinamento está sendo preparado para ser realizado na caatinga, a partir da cidade de Petrolina (PE). Trata-se de uma força multinacional, na qual estarão presentes os exércitos do Brasil, de Portugal, de Angola, de Moçambique, São Tomé e Príncipe e Guiné-Bissau.

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