PUBLICIDADE

Brasil faz 300 mil cirurgias plásticas por ano

Por Agencia Estado
Atualização:

Reduzir ou aumentar medidas, modificar formatos. Pelo menos 300 mil cirurgias plásticas são feitas no Brasil a cada ano. Apesar de a intenção ser melhorar a estética, a cirurgia plástica tem os mesmos riscos de qualquer outra. Por isso, é tão importante escolher bem o cirurgião plástico. A escolha pode começar com uma consulta rápida na internet ou um telefonema. A Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP) mantém na página na internet uma relação de 3.650 médicos especializados em cirurgia plástica que atuam em todo o País. Esses profissionais são sócios da entidade e estão habilitados a exercer a especialidade. O médico Denísio Marcelo Caron, acusado de causar a morte de cinco pacientes em cirurgias de lipoaspiração, não está na lista. Para ajudar as pessoas a identificar os especialistas reconhecidos pela SBCP, a entidade também criou um selo de qualificação para os membros. "Geralmente, esse selo fica exposto no consultório do médico", diz o presidente da SBPC, Luiz Carlos Garcia. O Conselho Regional de Medicina (CRM) de São Paulo (Cremesp) também mantém em seu site uma relação de todos os médicos registrados para atuar no Estado. "Em primeiro lugar, a pessoa interessada em fazer uma cirurgia plástica deve saber se o profissional escolhido é médico", alerta a presidente do Cremesp, Regina Ribeiro Parizi Carvalho. Clínicas Outra orientação é verificar as condições da clínica ou do hospital onde a cirurgia será realizada. O local deve estar preparado para atender um caso de emergência. Se não estiver, deve ter ambulância na porta e um hospital de retaguarda. Há quatro anos, a dona de casa Geni Fraga Viroti, de 49 anos, fez plástica para reduzir o tamanho dos seios e lipoaspiração na cintura. No fim da cirurgia, teve uma parada cardiorrespiratória. "Minha mãe ficou sem socorro por oito horas", conta Gisele Fraga Viroti, de 29 anos. "O centro cirúrgico não estava preparado para emergências, não havia unidade de terapia intensiva (UTI) no hospital nem ambulância para levá-la para outro serviço", completa Gisele, que á auxiliar de enfermagem. Geni ficou tetraplégica, além de perder 40% da capacidade mental. A família entrou na Justiça contra o médico e o hospital - uma instituição filantrópica em Pilar do Sul, região de Sorocaba. Mesmo sem UTI, o hospital continua realizando cirurgias plásticas. O médico, que possui clínica em Sorocaba, também continua operando na região. Ele tem especialização em cirurgia plástica e é bastante conceituado. O preço atrativo - na época, R$ 1 mil para qualquer cirurgia plástica - foi o que fez Cibele Cimino Giraldi, então com 30 anos, escolher a clínica onde faria plástica nos seios. Com manequim 46, seu sonho era vestir 42. "Ela teve embolia pulmonar e morreu", diz a mãe Maria Aparecida Delaqua, de 59 anos. "Era 26 de agosto de 1995. Minha filha era casada e deixou um bebê de 9 meses." Segundo Maria Aparecida, a clínica, localizada em Santos não tinha equipamentos para atender e reverter o quadro de sua filha. "Também não havia ambulância. Levamos o caso para a Justiça." No site do Cremesp, também há como consultar se o serviço - clínica ou hospital - está registrado e pode funcionar. Além de infra-estrutura para atendimento de emergência, as clínicas devem ter anestesista e equipe de enfermagem. Preço baixo, promoções, consórcios, propagandas, sorteios em revista ou programa de televisão. A SBCP e o Cremesp condenam tudo isso. "É a banalização da cirurgia plástica", diz Garcia. "As pessoas devem dizer não para os médicos que aparecem na mídia ao lado de suas pacientes, mostrando os resultados obtidos. A cirurgia plástica não pode se transformar em mercadoria."

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.