PUBLICIDADE

Brasil estava quebrado e alguém terá que salvá-lo, diz Lula

Por Agencia Estado
Atualização:

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva reagiu às críticas feitas pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso à política econômica do atual governo, afirmando, durante visita à 11ª na Feira Nacional do Doce (Fenadoce), em Pelotas, que recebeu do governo anterior o Brasil "quebrado". "O Brasil estava quebrado e alguém vai ter que salvar este País", afirmou o presidente. Ele acrescentou que quem hoje critica a política econômica "com muita facilidade" não o fazia em dezembro, quando Fernando Henrique ainda era presidente e, segundo Lula, havia dúvidas sobre a capacidade do Brasil de dar a volta por cima. Em seu discurso, Lula queixou-se das cobranças que tem sofrido, dizendo que quem reclama quer que seu governo faça em cinco meses mais do que os antecessores fizeram em 40 anos. Num claro recado a Fernando Henrique, Lula disse que aprendeu a fazer política não na universidade, mas no chão da fábrica. Acrescentou que prefere falar a verdade a iludir o povo fazendo promessas falsas. Destacou ainda que ao final do seu governo voltará a morar em São Bernardo do Campo, já que não pode, ao contrário de outros, morar na França. Ao deixar o governo, Fernando Henrique passou quase três meses em Paris. Mais uma vez, Lula decidiu abandonar o discurso escrito e falar de improviso tirando o microfone do pedestal para. Durante seu discurso, o presidente foi vaiado por cerca de 100 sindicalistas e servidores federais contrários à reforma da Previdência. O grupo representava cerca de um quinto da platéia de aproximadamente 500 pessoas. As vaias se misturavam aos aplausos e palavras de apoio a Lula. Lula reafirmou se compromisso com as reformas. "Não quero a unanimidade. Quero o bom senso", afirmou. Ele argumentou que o objetivo é aproveitar ao máximo o potencial dos servidores públicos que atualmente se aposentam, segundo ele, em idade ainda em condições de produzir. Quando tocou nesse assunto, o presidente foi vaiado e reagiu respondendo que estava acostumado a vaias desde o tempo em que fundou a CUT e o Partido dos Trabalhadores (PT). "Estou vacinado", disse. Em certo momento do discurso, os servidores gritaram em coro "um por cento", em referência ao reajuste do funcionalismo federal concedido pelo governo Lula. Ao visitar os estandes da Fenadoce, o presidente Lula saiu da dieta e provou alguns doces. Ao deixar o local, o presidente foi novamente vaiado por um grupo de 40 manifestantes, que gritavam a palavra de ordem "Lula traidor". A assessoria de imprensa da Presidência informou que o calendário de viagens do presidente Lula será mantido, apesar da previsão de protestos.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.