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Brasil é o mais afetado por desastres naturais nas Américas

Um estudo que deve ser publicado nesta quinta-feira pela Cruz Vermelha aponta que, nos últimos dez anos, 11,9 milhões de brasileiros foram atingidos por desastres como seca, inundações, contaminação e acidentes

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Por Agencia Estado
Atualização:

Apesar de o Brasil não ser atingido por terremotos ou furacões, o País é o que mais tem pessoas afetadas por desastres naturais nas Américas. Um estudo que deve ser publicado nesta quinta-feira pela Federação Internacional da Cruz Vermelha aponta que, nos últimos dez anos, 11,9 milhões de brasileiros foram atingidos por desastres como seca, inundações, contaminação e acidentes. Cerca de duas mil pessoas morreram. O número, em termos absolutos, é superior ao volume de atingidos no Afeganistão, Sudão, Tanzânia, Moçambique e Coréia do Norte. Apesar de ainda ser alto, o número no Brasil nos últimos dez anos foi apenas um terço do registrado entre 1983 e 1992. No total, o relatório aponta que 2,4 bilhões de pessoas no mundo foram atingidas no período, contra 1,6 bilhão entre 1983 e 1992. O autor do relatório, Jonathan Walter, afirma que, apesar do elevado número de pessoas atingidas, o Brasil é um exemplo de como os responsáveis por doações internacionais estão mais preocupados em enviar recursos aos países com importância geopolítica que às populações necessitadas. "O Brasil é um dos muitos lugares onde os desastres naturais são esquecidos." Segundo o relatório, enquanto vastas regiões da América Latina, África, Rússia e Mongólia sofrem os efeitos de desastres sem qualquer ajuda internacional, locais como o Afeganistão e o Iraque são alvos de uma verdadeira "competição". "Os recursos devem ir para os que precisam e não para os que fazem parte de prioridades estratégicas de países ou entidades", disse Walter. No Afeganistão, o volume de recursos para trabalhos humanitários era de cerca de US$ 100 milhões por ano na década de 90. Desde 2001, o volume passou a US$ 300 milhões. No Iraque, duas semanas depois da queda de Saddam Hussein, o governo dos Estados Unidos enviou US$ 1,7 bilhão em ajuda humanitária a Bagdá. Enquanto isso, a ONU não conseguia US$ 1 bilhão para alimentar 40 milhões de africanos com fome.

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