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Brasil é cobrado na ONU por tortura e execuções

Por Jamil Chade
Atualização:

Estados Unidos, Alemanha e Reino Unido cobram do Brasil políticas efetivas para a eliminação da tortura e das execuções sumárias no País. Ontem, no escritório da Organização das Nações Unidas (ONU) em Genebra, o País passou por seu primeiro exame no que se refere à situação dos direitos humanos. A mensagem dos britânicos foi clara: o governo não pode viver apenas de planos nacionais, sem apresentar avanços. O novo sistema criado pela ONU permite que todos os países sejam avaliados. A entidade apresentou um relatório que mostrou a persistência da tortura, racismo e outras violações. O governo brasileiro reconheceu a existência dos problemas, mas ativistas não recuaram, acusando o País de não ter dado respostas satisfatórias às cobranças internacionais. Um exemplo foi a intervenção dos Estados Unidos. Apesar de atacados por alegações de tortura no Iraque, os americanos criticaram a falta de ações no Brasil para evitar "os inúmeros casos de tortura". Washington ainda cobrou de Brasília medidas para acabar com os assassinatos sumários. Segundo dados da entidade Contectas, o número de assassinatos cometidos pela polícia do Rio e São Paulo aumentou em 136%, entre 2000 e 2006. O governo alemão também chamou a atenção para os altos números de assassinatos e de violência cometidos pela polícia. Berlim ainda cobrou respostas sobre a situação das prisões. Os holandeses pressionaram por respostas sobre a situação da tortura e até a Indonésia questionou sobre as ações que estariam sendo tomadas nesse setor. Para a ONU, a tortura no Brasil é "generalizada" e uma série de recomendações já foram feitas desde 2002. Ao final do encontro, de cerca de três horas, o Brasil se comprometeu a cumprir as recomendações que os relatores da ONU vem fazendo. Desde 2000, são cerca de 117 sugestões. Até a próxima terça-feira, a ONU deve apresentar um relatório final dos debates promovidos ontem em Genebra.

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