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Brasil é 83° em consumo de energia no mundo

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Por Agencia Estado
Atualização:

O banco de dados do Departamento de Energia (DOE) do Governo dos Estados Unidos indica que o Brasil, com a oitava maior economia do mundo, ocupa apenas a 83ª posição no ranking do consumo per capita de energia elétrica. Em média, os brasileiros consumiram 2.157 quilowatt-hora durante 1999, quase cinco vezes menos do que os norte-americanos e 12 vezes menos do que os noruegueses. Países como Suriname (4.289 quilowatt-hora), África do Sul (3.839 quilowatt-hora), Trinidad e Tobago (3.533 quilowatt-hora), Casaquistão (2.954 quilowatt-hora) e Guiana Francesa (2.407 quilowatt-hora) encontram-se em uma situação mais confortável do que a nossa. "A idéia de que consumimos muita energia é falsa", opina o engenheiro Roberto Pereira D´Araújo, diretor do Instituto de Desenvolvimento do Setor Elétrico, conhecido por Ilumina. Mesmo descontando a energia gasta na indústria para efeito de comparação com as economias mais desenvolvidas, de acordo com o engenheiro, os brasileiros continuam perdendo longe para o padrão de consumo de outros países. "O consumo domiciliar no Brasil é de 170 quilowatt-hora por mês, enquanto na Califórnia (Estados Unidos) chega a 800 quilowatt-hora". Cerca de 20 milhões de casas no Brasil não têm acesso a luz elétrica. O menor consumo domiciliar no território nacional é registrado no Maranhão, onde cada família gastava em média 97 quilowatt-hora por mês em 1998. Essa quantidade de energia mal dá para manter ligada durante o mês uma geladeira, um ventilador e uma lâmpada. A média nacional de consumo é 179 quilowatt-hora por domicílio, sendo maior no Distrito Federal (237 quilowatt-hora), seguido por Amapá (233quilowatt-hora), Rio (229 quilowatt-hora) e São Paulo, Roraima e Mato Grosso, todos com 226 quilowatt-hora. Há países em que a situação é pior. O Chade, na África, e o Camboja, na Ásia, vivem com apenas 11 quilowatt-hora por habitante durante o ano inteiro, de acordo com os dados do Departamento de Energia dos Estados Unidos. Esses países, entretanto, são completamente desindustrializados. "O Brasil, além de ser a oitava economia do mundo, é uma grande potência hídrica ", afirma Araújo. Pelos dados do governo americano, o Brasil tem a quarta maior capacidade instalada do mundo em energia hidrelétrica. Eram 56.759 MW em 1999, contra 98.471 MW dos próprios Estados Unidos, 66.778 MW do Canadá e 65.065 MW da China. "Os Estados Unidos já esgotaram seu potencial, mas o Brasil pode dobrar sua capacidade com um custo mais baixo que outras formas de geração". Embora seja proporcionalmente baixa, a demanda por energia no Brasil e em outros países em desenvolvimento tende a crescer. Pelas projeções mais recentes do DOE, o consumo internacional deve se elevar a uma taxa anual de 2,7% até 2020 - o maior ritmo ocorreria na Ásia, com 4,5% ao ano (destaque para a China, 5,5%), seguido pela América do Sul e Central, com 4%. Hoje mesmo, entretanto, o consumo brasileiro já tem crescido a uma taxa de cerca de 5% ano, o que equivale a acrescentar o consumo do Paraná a cada ano. Para gerar essa energia toda, o País precisa construir uma usina do tamanho de um terço de Itaipu a cada ano. "É inacreditável que se chegue a uma situação de falta de eletricidade no Brasil. Temos desperdiçado nosso potencial hídrico por falta de planejamento", afirma Araújo.

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