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Brasil deverá ter R$ 1,6 tri em investimentos até 2014, prevê Coutinho

Presidente do BNDES estima que o nível de investimento saia de 19% do PIB para 22% em quatro anos.

Por Fabrícia Peixoto
Atualização:

Resultados vão demorar dois anos até serem sentidos, diz Coutinho O presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Luciano Coutinho, disse nesta quarta-feira que o país deverá ter R$ 1,6 trilhão em investimentos nos próximos quatro anos. O valor inclui tanto os investimentos realizados pela iniciativa privada, como também as obras públicas, sobretudo na área de infraestrutura. A estimativa do banco é de que o nível de investimento saia de 19% do PIB neste ano para 22% em 2014. Ainda segundo Coutinho, no período de 2006 a 2009 esses investimentos somaram R$ 960 bilhões. "O país amadureceu muito nos últimos anos. Temos perspectivas de médio prazo, existem horizontes", disse o presidente do BNDES, durante um debate sobre a competitividade do país promovido pela Confederação Nacional da Indústria (CNI). Confrontado com inúmeras perguntas de empresários na plateia demonstrando "forte preocupação" com a atual política fiscal e cambial do país, Coutinho disse que os resultados desses investimentos deverão demorar ainda dois anos até serem sentidos. "Faltam ainda dois anos de esforços para a conquista de uma maior competitividade", disse Coutinho, acrescentando que seria "porta-voz" desse "sentimento de urgência" entre os empresários junto à presidente eleita, Dilma Rousseff. Curto prazo Dentre as ações viáveis no curto prazo, Luciano Coutinho defendeu mudanças no regime de impostos que incide sobre o setor exportador. Uma das maiores preocupações atuais da indústria diz respeito à perda de competitividade dos produtos brasileiros no mercado internacional em função da crescente valorização do real frente ao dólar, que acaba encarecendo os produtos nacionais. Segundo ele, o país demonstrou, durante a crise, que é capaz de lançar mão de medidas de desoneração fiscal que não necessariamente precisam ser fruto de uma ampla reforma tributária. "Desde o início da crise, foram mais de 450 medidas para acelerar a economia, sendo 120 delas de desoneração fiscal", disse. O presidente da Confederação Nacional da Indústria, Robson Andrade, elogiou as políticas de investimento de longo prazo, citando como exemplo os projetos da Copa de 2014 e das Olimpíadas de 2016, mas acrescentou que esses planos "não existem" se não ocorrerem medidas no curto prazo. Uma sugestão, segundo ele, seria "impor certas condições" à importação de produtos chineses. "Poderíamos discutir com eles questões trabalhistas e ambientais", disse o presidente da entidade, referindo-se às diferenças na legislação entre os dois países, que segundo empresários beneficiam "de forma injusta" os produtos importados da China. O presidente da Braskem, Bernardo Gardin, também criticou a política cambial de outros países, que, a seu ver, estimulam a desvalorização de suas moedas, resultando na valorização do real. "Países como Estados Unidos e China usam o câmbio como instrumento de geopolítica", disse o empresário. BBC Brasil - Todos os direitos reservados. É proibido todo tipo de reprodução sem autorização por escrito da BBC.

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