Brasil, Colômbia e Peru se unem para combate ao tráfico

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Por Agencia Estado
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Brasil, Colômbia e Peru vão realizar operações conjuntas de repressão ao tráfico de drogas, contrabando e crimes ambientais nos rios da fronteira entre os três países. Colômbia e Peru agirão com as forças de suas Marinhas; o Brasil, com a Marinha e a Polícia Fedeal. O acordo, a primeira operação militar conjunta na América do Sul, foi assinado hoje entre os Ministérios da Defesa das três nações. Este pode ser o primeiro passo para que os dois países vizinhos do Brasil integrem o Sistema de Vigilância da Amazônia (Sivam). "Essa é uma demonstração clara de união de nossas forças e nossos esforços para salvaguardar a ordem e a justiça na região", afirmou o ministro brasileiro, José Viegas Filho. Pelo acordo, a inteligência dos três países passará a controlar as embarcações, detectando possíveis barcos com droga ou produtos químicos utilizados para o preparo do refino de cocaína, já que Peru e Colômbia são hoje os dois principais produtores da América do Sul. Com o aumento da vigilância aérea, por meio do Sivam, o tráfico de drogas passou a ser maior por via fluvial. O acordo foi assinado no Rio Solimões, a bordo do navio Patrulha Fluvial Pedro Teixeira, pertencente à Marinha do Brasil. O ato foi realizado sob forte esquema de segurança formado por militares das forças armadas dos três países. O ministro da Defesa colombiano, Jorge Alberto Uribe Echavarria, anunciou que cerca de mil homens foram deslocados para Letícia, na fronteira com o Brasil. Viegas também confirmou o aumento do efetivo militar na Amazônia, com a criação de uma Brigada em São Gabriel da Cachoeira e a formação de Batalhões Especiais de Fronteira em toda a região. O governo brasileiro não pretende criar novas unidades da Marinha na região, mas pretende deslocar contingentes e navios quando for necessário. "Isso acontecerá sempre que tivermos recursos adicionais", disse Viegas. O Peru, segundo o ministro da Defesa do país, general Roberto Chaibra León, vai fixar postos de vigilância na tríplice fronteira, mas vai apostar nas operações conjuntas. "O controle fixo é difícil, por isso é necessário adotar a estratégia conjunta", disse León, cuja meta é a mesma que irá ser feita pelo governo colombiano. Depois da assinatura do acordo, as autoridades dos três países tiveram reuniões a portas fechadas, sendo que um dos assuntos a serem tratados era a regulamentação da Lei do Abate, que permite aviões da Força Aérea Brasileira a derrubarem aeronaves que não atenderem alertas para pousar.

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