PUBLICIDADE

Braga trocou "cassação" por "punição extrema"

Por Agencia Estado
Atualização:

Apesar da convicção de que os dois senadores acusados deveriam ser cassados, o senador Saturnino Braga (PSB-RJ) viu-se obrigado a trocar no seu parecer a expressão "cassação" por "punição extrema". A obrigação foi causada porque havia dúvidas sobre se ele poderia ou não usar o termo que determina a perda dos direitos políticos pelo período de oito anos. Ele ficou até de madrugada debruçado sobre a Constituição, o regimento interno do Senado e a resolução que rege o Conselho de Ética acompanhado de técnicos até conseguir impor seu desejo: fixar a palavra cassação. Em momento algum Saturnino pensou em suavizar a pena que iria sugerir aos senadores Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA) e José Roberto Arruda (sem partido-DF), mas ficou sensibilizado com a pressão feita por eles e pela sustentação jurídica de dois de seus principais assessores, que afirmavam que ele não deveria ser tão enfático. No entanto o apelo popular falou mais alto sobre o relator - o fato de a mídia destacar o assunto diariamente, das pessoas na rua participarem ativamente do debate, dos inúmeros e-mails e do tema permanente nas conversas -, que acabou mantendo sua intenção anterior. Às vésperas de anunciar a conclusão sobre o destino de ACM e Arruda, a vida do sistemático Saturnino foi marcada por momentos de ansiedade e mudança total de rotina. O senador fluminense gosta de dormir e acordar cedo, comer pratos macrobióticos, mantendo o costumeiro hábito de mastigar várias vezes a cada garfada e, por fim, dar sua caminhada no Parque da Cidade - ele anda 10 quilômetros todas as manhãs. Nesta quarta-feira, o dia foi completamente diferente: ele foi dormir de madrugada, acordou cedo, não caminhou e foi obrigado a comer rápido. "Quem sabe depois de passar tudo isso terei tempo para conversar sobre outras coisas", disse ele.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.