PUBLICIDADE

Bornhausen quer Roseana fora dos debates até junho

Por Agencia Estado
Atualização:

Se depender do PFL, as idéias e projetos de Roseana Sarney para o País só serão apresentados a partir de junho, quando já estiver pronto o programa de governo do partido. O presidente do PFL, senador Jorge Bornhausen (SC), não quer ver a governadora do Maranhão envolvida em debates. "Entendo que Roseana não deve debater antes de junho", diz. "Preferimos receber sugestões e analisá-las com ela." Na falta de candidatura de consenso da base aliada, o senador sugere as pesquisas eleitorais como critério de escolha. "Não aceitamos prato feito." Ele crê, é claro, que as sondagens continuarão a mostrar Roseana em primeiro lugar entre os governistas. Apesar dos péssimos indicadores sociais do Maranhão, ele vê como principal qualidade de Roseana o "sentimento do social". O otimismo do PFL é tanto que Bornhausen não prevê problemas nem mesmo se as más lembranças do governo de José Sarney (1985-1990), hoje senador, surgirem na campanha. "O julgamento não é sobre o ontem, é sobre o amanhã. E a governadora é o novo", diz o senador. Se for necessário, o PFL conversa com o ministro e presidenciável tucano José Serra? Bornhausen - O PFL está conversando com o PSDB, PMDB, PPB e PTB. Não desejamos, de forma alguma, fazer política de exclusão. Queremos manter a aliança. Não vetamos nem aceitamos vetos. O que diferencia o discurso de Roseana daquele do PSDB? Roseana é uma governadora que aparece mostrando grande aceitação num Estado pobre. Isso a diferencia porque para um governante ter 88% de aprovação, num Estado como o Maranhão, é porque o atendimento aos mais carentes se faz da melhor forma possível. A governadora progrediu muito na sua administração em relação aos índices alcançados anteriormente. Acho que esse atributo especial que ela tem, como mulher, e esse sentimento do social, é que a distanciam dos demais candidatos. O PFL está disposto a assumir a candidatura Roseana mesmo sem apoio dos outros partidos da base aliada? Entendemos desde o início que deveria ser mantida a aliança, estabelecido um critério. O PFL propôs eleições primárias abertas e programa mínimo comum. Os outros partidos não se manifestaram. Depois, aceitamos a proposta das prévias interpartidárias. Mas a idéia não prosperou. Agora, só há uma maneira de escolher quem é o melhor candidato: a pesquisa. As pesquisas de agora? Evidentemente, não queremos dizer que a pesquisa de agora deva fazer com que haja essa convergência em torno do melhor desempenho de qualquer candidato. Se falássemos isso não seria convergência, seria exigência. Tanto não queremos como não aceitamos prato feito. Então, se em maio houver uma candidatura que se destaque das demais, não tenho dúvida de que será em torno dela que deveremos fazer a convergência. Acredito que ela será em torno da governadora Roseana, que está se consolidando e tende a crescer. Adversários dizem que Roseana cresceu por excesso de exposição na mídia e que basta expô-la ao debate para que suas fragilidades apareçam. O que o sr. diz? Roseana cresceu porque a mídia pôde expor suas qualidades, seu governo, sua aceitação, suas idéias. Ela é preparada, realiza uma bela administração, tem experiência na administração pública. Não tenho nenhum receio quanto à sua presença em debates. Mas por que Roseana ainda não expôs suas idéias sobre temas da agenda política nacional, como a alteração da CLT, a independência do Banco Central ou a Alca? Em primeiro lugar, ela está tratando de administrar bem o Maranhão. Em segundo, o plano de governo é um trabalho do partido em conjunto com a candidata. Agora, em janeiro, vamos ouvir a sociedade, escrever a representantes dos empregados, dos empregadores, dos profissionais liberais, dos cientistas, dos artistas para que cada entidade possa nos trazer sugestões. Só aí o programa de governo será concretizado e isso eu acho que tem de estar pronto no lançamento da candidatura, em junho.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.