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Borges diz que amizade não facilitou negócios com a Sudam

Por Agencia Estado
Atualização:

O empresário José Osmar Borges, 42 anos, apontado como notório fraudador da Superintendência do Desenvolvimento da Amazônia (Sudam), admite que fez uma transação comercial com o ex-superintendente da autarquia, José Arthur Guedes Tourinho, da ordem de R$ 70 mil, na compra não consumada de um sítio em Belém (PA). Entretanto, segundo o empresário, a amizade com o ex-superintendente da Sudam não facilitou a liberação de seus recursos para seus seis projetos entre 1991 e 2000. "Quando eu conheci esse cidadão, ele tinha problema de recursos financeiros como qualquer cidadão comum. Aí ele disse: ´Olha, eu tenho um sítio nos arredores de Belém e estou precisando negociar com urgência porque eu estou dependendo de recursos´. Eu, por ser amigo, fui, visitei, gostei do sítio dele, fiz a aquisição do sítio. Essa aquisição foi combinada a ser feita com pagamentos parcelados. Os cheques e recibos eram nominais a esse cidadão. Todos os cheques eram nominais a ele", disse Borges. Segundo Borges, esses depósitos foram feitos em datas anteriores a ele ser superintendente da Sudam. O empresário revela que amealhou um patrimônio estimado em R$ 200 milhões nos últimos dez anos graças aos incentivos fiscais da autarquia submetida ao Ministério da Integração Nacional. Há dez anos ele diz que era pobre no interior de Goiás. A partir de 1991, no entanto, começou a executar seis projetos nas áreas têxtil e de agroindústria e virou alvo de um maiores escândalos ocorridos nos últimos anos no País. O empresário também admite relações com o senador Jader Barbalho (PMDB-PA). Jader disse que foi apresentado a Borges no casamento da filha do senador Carlos Bezerra (PMDB-MT). O empresário diz o contrário: "Conheci o senador Jader Barbalho na Agropecuária Campo Maior". No entanto, Borges também nega que a amizade com políticos como o senador Jader Barbalho tenha facilitado a liberação de recursos da Sudam para seus projetos que estão sendo executados. "Na verdade, quando eu conheci o senador Jader Barbalho, ele estava no final de mandato dele para governador do Estado do Pará, em 94. Neste momento eu já tinha três projetos implantados, ou seja, prontos, e um no finalzinho para ser implantado", disse Borges.

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