Bombeiros dizem ser cada vez mais difícil encontrar padre

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Por Redação
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Bombeiros envolvidos nas buscas ao padre Adelir Antonio de Carli disseram nesta quarta-feira ser cada vez mais difícil encontrá-lo com vida e já começam a duvidar se algum dia encontrarão o corpo do sacerdote, desaparecido há três dias ao realizar um vôo com balões de festas no litoral do Paraná e de Santa Catarina. "O tempo passa e fica difícil a sobrevida (no mar)", disse à Reuters por telefone o comandante do Corpo de Bombeiros Voluntários de São Francisco do Sul (SC), Alfredo Moraes de Araújo Jr. "Também fica cada vez menor a chance de encontrar o corpo, mas nós vamos continuar tentando." Além das buscas na água, bombeiros, marinha e policiais militares fizeram buscas em regiões próximas a ilhas e também regiões de mata fechada próximas à cidade de Penha (SC), além das efetuadas com barcos e helicópteros. "Procuramos por terra, em costões e áreas de mata, e não encontramos nenhum vestígio", disse por telefone Paulo Eduardo Neves, subcomandante operacional dos Corpo de Bombeiros Voluntários de Penha. "Está ficando difícil, mas ainda temos esperança." Nesta quarta-feira, uma equipe esteve na ilha de Tamboretes, próximo ao município de Barras do Sul, onde, acredita-se, o padre teria feito o último contato antes de sumir. Nenhum vestígio do sacerdote foi encontrado nas buscas realizadas durante todo o dia. Os bombeiros não souberam precisar a área vasculhada, mas as equipes chegaram a um atracadouro de navios petroleiros da Petrobras, a cerca de 40 quilômetros da costa catarinense e 120 quilômetros ao sul de onde o padre fez contato pela última vez. BETO CARRERO Barcos da marinha continuarão procurando pelo sacerdote durante a noite. Desde segunda-feira, os esforços contam com a ajuda de pescadores locais e de uma barco pesqueiro cedido pelo parque Beto Carrero World, no município de Barras. O parque também cedeu um helicóptero para ajudar nas tentativas de resgate. O padre de Carli partiu em seu vôo incomum na manhã de domingo, saindo de Paranaguá (PR), e fez o último contato na noite do mesmo dia, por um telefone celular. De Carli, que pretendia rumar ao interior do Estado, foi empurrado para alto-mar por uma mudança nos ventos. Na terça-feira, a marinha localizou uma parte dos balões coloridos a cerca de 150 quilômetros ao sul, no Estado de Santa Catarina. O padre, de 42 anos, pretendia arrecadar fundos para a Pastoral Rodoviária da cidade de Paranaguá, que presta assistência a caminhoneiros. "Com certeza, temos muita esperança que ele apareça. Encontraram cerca de 50 balões, mas ainda há muitos, eram mil", disse por telefone Eliana Aparecida dos Santos, assistente da pastoral. Antes de sua tentativa de quebrar o recorde de 19 horas de permanência no ar com balões, que atualmente pertence a um norte-americano, o sacerdote realizou uma prova em janeiro, partindo de Ampére, no Paraná, e pousando em território argentino, após 4 horas e 15 minutos de vôo. (Reportagem de Fabio Murakawa, em São Paulo, e Julio Villaverde e Raymond Colitt, no Rio de Janeiro)

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