Bolsonaro questiona 'covid do coração': 'É pós-covid ou pós outra coisa? A verdade virá'

Presidente rebateu entrevista da cardiologista Ludhmila Hajjar ao Estadão; médica relatou aumentou de doenças cardíacas em decorrência da pandemia

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Por Eduardo Gayer e Bruno Luiz
Atualização:

O presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta quinta-feira, 19, que a “covid do coração”, relatada pela cardiologista Ludhmila Hajjar em entrevista ao Estadão, pode ser efeito de outro fenômeno, e não da doença. Embora não tenha atribuído diretamente a doença cardíaca às vacinas, a declaração do presidente veio pouco antes de uma série de críticas aos imunizantes utilizados contra a covid-19.

“É pós-covid ou pós outra coisa? A verdade virá”, declarou o presidente. Logo em seguida, citou o salto de casos de covid na China e voltou a colocar suspeições sobre a eficácia da vacina Coronavac. “Não vou tecer juízo de valor. De onde é a Coronavac, qual país que fez, que vendeu para São Paulo bastante? Esse país vacinou o seu povo? Seu povo não está imunizado? Se no país em que nasceu Coronavac o povo está se vacinando em larga escala, o que está acontecendo?”, questionou.

Declarações de Bolsonaro foram dadas durante transmissão nas redes sociais Foto: Reprodução

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O presidente também criticou Ludhmila Hajjar, a quem convidou para ser ministra da Saúde antes de Marcelo Queiroga. “Tocou violão para Dilma (Rousseff), é amor explícito”, disse em transmissão ao vivo nas redes sociais.

Em entrevista ao Estadão publicada na segunda-feira, 16, a cardiologista Ludhmila Hajjar afirmou que o País vive avalanche de doenças surgidas no coração em decorrência da covid-19. "Os casos cardiovasculares aumentaram 100% no Brasil. Estou vivendo isso no dia a dia. Meu consultório está lotado”, disse.

Na entrevista, ela também revelou o motivo de não ter aceito o convite de Bolsonaro para ser ministra da Saúde. "As conversas mostraram que temos linhas diferentes", justificou

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