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Bolsonaro não garante seguir lista tríplice na sucessão da PGR

Após visita à atual procuradora-geral, presidente eleito afirmou que a escolha do chefe do Ministério Público Federal é tema para setembro do ano que vem

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Foto do author Felipe Frazão
Por Felipe Frazão e Ana Beatriz Assam
Atualização:

BRASÍLIA - O presidente da República eleito, Jair Bolsonaro, não deu garantias de que respeitará a lista tríplice do Ministério Público Federal (MPF) para escolher o próximo ocupante do cargo de procurador-Geral da República. Após visita institucional na qual prestou continência à atual procuradora-Geral, Raquel Dodge, nesta terça-feira, 20, Bolsonaro afirmou que a sucessão na PGR é tema para setembro do ano que vem. “Isso aí (lista tríplice) a gente conversa em setembro do ano que vem. Mas, a princípio, a gente vai seguir todas as normas legais existentes”, desconversou Bolsonaro. 

Pela Constituição, o presidente tem a prerrogativa de escolher o chefe do MPF, mas não é obrigado a seguir nenhuma indicação da lista da eleição interna da Associação Nacional dos Procuradores da República (ANPR). 

O presidente eleito, Jair Bolsonaro durante encontro com a procuradora-geral da República, Raquel Dodge na sede da PGR. Foto: Dida Sampaio/Estadão

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No ano passado, ao indicar Raquel Dodge para o cargo, então a segunda colocada da lista tríplice, o atual presidente Michel Temer quebrou uma tradição que vinha sendo mantida desde o primeiro governo de Luiz Inácio Lula da Silva - atualmente preso e condenado na Lava Jato

Assim como no caso da indicação de Raquel Dodge, não alinhada a seu antecessor, Rodrigo Janot, que denunciou criminalmente Temer por corrupção passiva no caso JBS, a expectativa é de que ela não seja reconduzida ao cargo por causa de embates com Bolsonaro.

O presidente eleito ficou mais de uma hora reunido com a procuradora-Geral, que o denunciou criminalmente ao Supremo Tribunal Federal e foi alvo de críticas do presidente eleito e de seus filhos e aliados. Eles também desqualificaram a procuradora publicamente no caso do voto impresso, não aplicado nas eleições desse ano - a Procuradoria-Geral da República deu parecer contra. Ao sair do gabinete da PGR, ele disse ter “profundo respeito” pela procuradora e pelo Ministério Público. 

"Estou aqui em visita de cortesia pelo profundo respeito que tenho ao MP e à senhora Raquel Dodge. Uma conversa bastante profícua. Estamos prontos para colaborar para com o futuro de nosso Brasil. O MP é muito importante nesse trabalho de fiscal da lei”, disse Bolsonaro, que estava acompanhado dos futuros ministros da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, e da Justiça e Segurança Pública, o ex-juiz Sérgio Moro.

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