Bolsonaro diz que mudanças no ministério visam fortalecer relação com Congresso

Durante cerimônia de posse do general Braga Netto, na Casa Civil, e de Onyx Lorenzoni, na Cidadania, presidente elogiou Osmar Terra, que deixa ministério para reassumir cadeira como deputado federal

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Por Eduardo Rodrigues , Julia Lindner e Amanda Pupo (Broadcast)
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O presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta terça-feira, 18, que as mudanças nos comandos de ministérios visam fortalecer relação do governo com o Parlamento. Segundo ele, o ex-ministro da Cidadania, deputado Osmar Terra (MDB-RS), retorna ao Congresso para fortalecer as relações do governo com o parlamento. “(Presidente do Senado) Davi Alcolumbre, precisamos fortalecer o nosso relacionamento e Osmar Terra nos ajudará muito nessa missão. Ele sai do ministério vitorioso”, afirmou Bolsonaro, durante cerimônia de posse do novo ministro da Casa Civil, genereal Walter Souza Braga Netto, e da Cidadania, Onyx Lorenzoni.

O presidente Jair Bolsonaro afirmou durante cerimônia que governo e Congresso precisam "fortalecer o relacionamento" Foto: Dida Sampaio/Estadão

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Bolsonaro elogiou Braga Netto, segundo ele, “mais que um bom militar, um bom cidadão”. Também agradeceu a disposição do ex-ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, em trocar “o número da camisa” para assumir o Ministério da Cidadania.

“A vida se faz de momentos, e esse vai marcar a vida de muitos. Essa mudança (de ministérios) marcará o destino do Brasil. Nossa responsabilidade é enorme. Se hoje mexemos no tabuleiro de xadrez, é com a certeza de que nenhuma peça será deixada de lado”, afirmou. “É difícil tomar uma decisão, mas pior que não tomar uma decisão é uma decisão má tomada”, completou.

Durante o discurso de posse dos ministros, Bolsonaro voltou a defender o projeto regularização de garimpo e outras atividades em terras indígenas. Segundo ele, a proposta poderá finalmente “unificar a Amazônia”, mandando assim uma mensagem ao exterior.

“Nós não queremos e eles (índios) não querem mais ser tutelados pelo Estado. Muitos vivem hoje de projetos sociais e querem se integrar. Essa é uma forma de dizermos para o mundo que não há divisões entre nós, que somos todos iguais. Somente incluindo e integrando a Amazônia poderemos dizer que o Brasil é um país de 8 milhões de quilômetros quadrados. Devemos apresentar propostas que nos coloquem em lugar de destaque no mundo”, completou.

Braga Netto: 'Não me faltarão empenho, abnegação, lealdade e disposição'

O novo ministro da Casa Civil, Walter Souza Braga Netto, fez rápido discurso de posse, agradecendo o convite do presidente Jair Bolsonaro e prometendo empenho e dedicação ao cargo.

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"Assumo com cargo com honrosa satisfação e sentimento de dever. Encaro o desafio de coordenar e integrar as ações governamentais com entusiasmo. Espero corresponder às expectativas”, afirmou. “Alicerçado em valores adquiridos ao longo de minha vida, não me faltaram empenho, abnegação, lealdade, disposição e contribuir para o País”, completou.

O presidente Jair Bolsonaro deu posse nesta terça, 18, ao novo ministro da Casa Civil, general Braga Netto, e a Onyx Lorenzoni, que foi trocadoda Casa Civil para a Cidadania Foto: Dida Sampaio/Estadão

Osmar Terra fala em seguir 'lutando ao lado do governo no Congresso'

O ex-ministro da Cidadania, deputado Osmar Terra (MDB-RJ), disse que continuará lutando ao lado do governo Bolsonaro no Congresso Nacional.

"Vou continuar lutando ao seu lado onde estiver. Acredito que este governo é a única chance de se fazer mudanças nesse País. Sou um soldado lá na base para fazer isso andar", afirmou, durante a cerimônia de posse de Braga Netto e Onyx Lorenzoni.

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Em seu discurso de despedida, o ex-ministro destacou a necessidade de criar condições para que as pessoas consigam qualificação profissional e sejam menos dependentes de programas sociais. Matéria do Broadcast/Estadão publicada nesta terça-feira, 18, mostra que a fila para o acesso ao Bolsa Família já tem 3,5 milhões de pessoas, enquanto os municípios voltam a dar cesta básica para essas pessoas.

“O Bolsa Família é programa importantíssimo, mas não resolve problema”, avaliou. “A caridade não resolve, dar sopa não resolve. Precisamos dar oportunidades para as pessoas melhorarem de vida. E isso depende da economia melhorar, para termos renda. Não podemos deixar ninguém para trás”, completou.

Terra citou também iniciativas do Ministério da Cidadania em sua gestão, como os avanços no programa “Primeira Infância”, criado ainda no governo Michel Temer. O deputado sugeriu inclusive a troca do nome do ministério de “Cidadania” para “Cidadania e Esporte”, ou ainda “Desenvolvimento Humano”.

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Ele ainda agradeceu o convite pessoal do presidente Jair Bolsonaro para que participasse de seu ministério. Segundo ele, a escolha dos ministros no atual governo não se dá por motivações “políticas ou econômicas”, mas sim pela “história de vida” de cada escolhido.

“Sou muito grato por tudo que tive de oportunidades durante o período no governo. Foi o convite mais gentil e significativo que tive na minha vida pública, um convite quase carinhoso”, afirmou.

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