Bolsonaro diz que dará indulto a policiais de Eldorado dos Carajás, Carandiru e ônibus 174

Presidente afirmou que muitos policiais, civis e militares, foram condenados 'por pressão da mídia'

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Por Lorenna Rodrigues (Broadcast)
Atualização:

BRASÍLIA - O presidente da República, Jair Bolsonaro, disse neste sábado, 31, em almoço com jornalistas, que o indulto que irá conceder incluirá perdão a policiais envolvidos nos casos de Eldorado dos Carajás, no massacre de Carandiru e também no sequestro do ônibus 174, ocorrido no Rio de Janeiro, em 2000. "Os que se enquadrarem no indulto, eu vou dar. Estou pedindo a policiais de todos os Estados uma lista de nomes, com justificativas", afirmou. Questionado se daria indulto também aos comandantes ou apenas aos comandados de operações em que policiais militares foram condenados por sua atuação, ele disse que, se puder, perdoará também os líderes. "Se o comandante do Carandiru (coronel Ubiratan Guimarães) estivesse vivo, eu dava indulto pra ele também", completou.

O então candidato Jair Bolsonaro, discursando para simpatizantes em Parauapebas (PA) em julho de 2018: presidente já defendeu anteriormente envolvidos no massacre de Carajás Foto: pebinhadeacucar.com.br

Na sexta-feira, 30, Bolsonaro já havia dito que está planejando conceder a medida para policiais. Ele tinha afirmado que iria incluir "nomes surpreendentes" e que muitos policiais, civis e militares, foram condenados "por pressão da mídia".

Os três casos citados por ele nesse sábado tiveram ampla repercussão na imprensa. No episódio que ocorreu na capital carioca, o sequestrador, depois de capturado, foi colocado em um carro da polícia, mas chegou morto ao hospital. As investigações mostraram que ele foi asfixiado por PMs.

O massacre de

Eldorado do Carajás

foi em abril de 1996, quando sem-terras marchavam em direção a

Belém

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em um protesto contra a demora da desapropriação de terras. Houve conflito e PMs revidaram com tiros. Além dos 19 mortos, o combate deixou mais de 60 feridos.

Já o massacre de Carandiru foi uma chacina ocorrida em um presídio em São Paulo, em 1992, e deixou mais de cem mortos. /

COLABOROU CAMILA TURTELLI

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