Bolsonaro diz que 12 ministros devem deixar governo para disputar eleições

Sem citar nomes, presidente afirma que já começou a pensar em substitutos; prazo para desincompatibilização é abril

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Por Eduardo Rodrigues
Atualização:

BRASÍLIA - O presidente Jair Bolsonaro admitiu neste sábado, 8, que até 12 ministros devem deixar o governo nos próximos meses para concorrerem a cargos públicos nas eleições deste ano. O prazo para a desincompatibilização dos ministros vai até abril e o presidente disse esperar que todos fiquem nos cargos até lá. 

“Gostaria que eles saíssem somente um dia antes do limite máximo, para não termos qualquer problema. Já começamos a pensar em nomes para substituí-los, e alguns já estão mais que certa. A maioria será por escolha interna, até mesmo porque seria um mandato tampão até o fim do ano”, disse, em entrevista após churrasco de aniversário do advogado-geral da União, Bruno Bianco, no Lago Sul, em Brasília.

O presidente Jair Bolsonaro evitou em falar em nomes prováveis para ocupar os ministérios para 'evitar ciumeira'. Foto: Valdeci Araújo/Estadão

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Bolsonaro evitou em falar em nomes prováveis para ocupar os ministérios para “evitar ciumeira”. Ele adiantou que parlamentares poderão ocupar as vagas a serem abertas. “Existem bons parlamentares. Eu fui deputado 28 anos. Todo mundo é possibilidade (para assumir um ministério)”, acrescentou. 

Entre os cotados para a disputa das eleições em outubro, estão Tarcísio Gomes de Freitas (Infraestrutura), Marcelo Queiroga (Saúde) e Tereza Cristina (Agricultura)

Críticas

Sem citar diretamente o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Bolsonaro criticou as "candidaturas de esquerda" que falam em revogar o teto de gastos, as privatizações e parte das reformas aprovadas nos últimos anos. 

“Se eu falo isso, o dólar vai a R$ 8 e os juros explodem também. Se esse pessoal voltar, eles vão explodir o Brasil”, afirmou. 

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Como noticiou o Estadão, o PT planeja imitar a Espanha, que revogou recentemente a reforma trabalhista feita em 2012. A revisão da autonomia do Banco Central é uma das outras discussões que ocorrem entre os petistas. O freio do programa de desestatizações e o fim do teto de gastos são tratados como consenso dentro da campanha do ex-presidente Lula.

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