Bolsonaro deve participar de ato que marca os 58 anos da marcha em apoio ao golpe militar

Blogueiro Allan dos Santos também promete participação virtual na passeata de São Paulo

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Por Eduardo Gayer
Atualização:

O presidente Jair Bolsonaro (PL) disse a correligionários que comparecerá, no próximo domingo, 20, a um ato na Praça dos Três Poderes para marcar os 58 anos da Marcha da Família com Deus pela Liberdade. O movimento, que surgiu em março de 1964 e se espalhou em várias manifestações pelo País, deu apoio ao golpe militar daquele ano.

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A Marcha da Família com Deus pela Liberdade também ocorrerá em outras cidades. Na capital paulista, a concentração será em frente à Assembleia Legislativa e contará com a participação virtual do blogueiro bolsonarista Allan dos Santos. Allan é considerado foragido da Polícia Federal desde outubro.

Nesta sexta-feira, 18, o ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes determinou a suspensão do Telegram no País após o descumprimento de medidas que exigiam justamente o bloqueio de perfis ligados aele. Alvo de inquéritos que investigam milícias digitais, o blogueiro vive nos Estados Unidos.

Bolsonaro (PL) disse a correligionários que comparecerá a um ato na Praça dos Três Poderes para marcar os 58 anos da Marcha da Família com Deus pela Liberdade Foto: Gabriela Biló/Estadão - 10/2/2022

No panfleto de divulgação da marcha em Brasília, os organizadores pedem “jejum pela paz e pela liberdade”. O Estadão/Broadcast apurou que o ato – marcado para as 9 horas deste domingo, 20 – consta da agenda do presidente.

Bolsonaro já defendeu várias vezes o golpe de 31 de março de 64, que deu início a 21 anos de ditadura militar, e sempre minimizou a política de repressão e tortura adotada durante o regime, do qual foi apoiador. 

Cartaz de divulgação da Marcha da Família com Deus pela Liberdade que ocorrerá no próximo domingo, 20 Foto: Reprodução

Foram setores religiosos e da elite brasileira que organizaram a Marcha da Família com Deus pela Liberdade, em 1964, em diferentes pontos do País. A manifestação era uma resposta ao comício da Central do Brasil, no qual o então presidente João Goulart anunciou a realização de reformas econômicas de base. No contexto da Guerra Fria, os manifestantes diziam temer a instalação do comunismo no País e pediam a intervenção militar, o que se concretizou no golpe. A versão 2021 do ato foi batizada de “Marcha da Família Cristã”. “O maior aceno do povo cristão pela defesa das liberdades individuais”, diz o perfil do movimento no Instagram. Além de Brasília, atos semelhantes foram convocados para São Paulo, Rio de Janeiro, Porto Velho, Palmas, Campo Grande, Salvador, Maceió, Fortaleza, Cuiabá e Goiânia.

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