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‘Vai continuar’, afirma Bolsonaro sobre chefe da Secom

Presidente defende Wajngarten e diz que assessor não ‘um porcaria igual alguns que têm por aí’

Por Mateus Vargas
Atualização:

BRASÍLIA – O presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta quinta-feira, 16, que o secretário de Comunicação Social da Presidência, Fabio Wajngarten, “vai continuar” no governo. Bolsonaro disse que não viu, “até agora”, ilegalidade na relação da FW Comunicação e Marketing, empresa da qual Wajngarten é sócio, com emissoras de TV e agências de publicidade que recebem recursos do governo.

Jair Bolsonaro, presidente da República Foto: Gabriela Biló/ Estadão

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“Se for ilegal, a gente vê lá na frente. Mas o que eu vi até agora está tudo legal com o Fabio. Vai continuar. É um excelente profissional. Se fosse um porcaria, igual alguns que têm por aí, ninguém estaria criticando ele”, disse Bolsonaro em frente ao Palácio da Alvorada.

Wajngarten é sócio da FW Comunicação e Marketing, dona de contratos com ao menos cinco empresas que recebem recursos direcionados pela Secom, entre elas as redes de TV Band e Record, como revelou o jornal Folha de S.Paulo. O secretário afirmou que os acordos comerciais foram feitos antes do seu ingresso na Secom.

Wajgarten se afastou do comando da FW em 15 de abril, três dias antes de sua nomeação. Em seu lugar na companhia ele deixou Fabio Liberman, irmão do número 2 da Secom, Samy Liberman. Adjunto de Wajngarten, Samy trocou Miami por Brasília para assumir o cargo e é visto no Planalto como o braço direito do chefe. Seu irmão aparece nos registros da Receita Federal como dono ou sócio de dez firmas, que atuam em setores variados, de reprodução humana a negócios imobiliários.

Wajngarten afirmou que todas as contas dele são “100% abertas”, admitiu que não sabia como funcionava o processo de nomeação para o cargo, mas que foi orientado pelos órgãos da Presidência. O secretário não teria avisado a Comissão de Ética sobre os negócios da FW. 

O colegiado deve discutir, em reunião no próximo dia 28, se há elementos para abrir um processo por conflito de interesse. Nesses casos, se for instaurado processo, a punição costuma ser uma advertência.

Nesta quinta-feira, durante cerimônia de troca de comando da Operação Acolhida – responsável pela recepção de refugiados venezuelanos no Brasil –, Bolsonaro voltou a fazer ataques à imprensa. O presidente fez um discurso exaltado na solenidade no Palácio do Planalto. 

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“À imprensa, não tomarei nenhuma medida para censurá-la, mas tomem vergonha na cara. Deixem nosso governo em paz”, afirmou. Em outros momentos do discurso, Bolsonaro acusou jornalistas de não publicarem a verdade e disse que alguns profissionais atuam para prejudicar o País. Ao final, pediu desculpas aos convidados da cerimônia pelo “desabafo”.

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